Professoras e professores da Universidade Federal Fluminense concluíram a elaboração coletiva da proposta da Aduff-SSind para o funcionamento da UFF durante a pandemia do novo coronavírus. A versão final do texto foi consolidada e aprovada na assembleia docente, por videoconferência, realizada ao longo de praticamente toda a tarde da segunda-feira, dia 10 de agosto de 2020 (A íntegra do documento pode ser acessado em pdf logo abaixo da imagem que acompanha este texto).

A proposta começou a ser construída no final de maio, por meio de debates e estudos travados de forma conjunta, em seis reuniões, por três grupos de trabalho da Aduff (de Política Educacional-GTPE, Formação Sindical-GTPFS e de Seguridade Social e Aposentadoria-GTSSA). Passou ainda pelo Conselho de Representantes, duas plenárias abertas a toda a categoria e por duas assembleias para sindicalizados. Todas as reuniões se deram por meio de videoconferências, de forma a respeitar o distanciamento social decorrente das medidas sanitárias.

Ao longo do processo, além das propostas aprovadas em sua versão final na última assembleia, consolidou-se também um documento mais extenso sobre as disputas dos projetos de e para a educação na contemporaneidade, com o título “Universidade pública e pandemia: nossa luta para não deixar a ‘boiada’ do capital passar“ - numa referência ao que disse um ministro sobre aproveitar o desvio das atenções para a crise sanitária para aplicar os projetos defendidos pelo governo federal.

A proposta construída a muitas mãos ao longo desse período será levada a todos os fóruns colegiados da universidade. A discussão coletiva sobre o funcionamento da UFF na pandemia pode e deve ser abraçada pelo conjunto da categoria docente e será apresentada a toda a comunidade acadêmica.

Naturalmente, ao longo de todo esse debate houve convergências e dissensos nas avaliações e na formulação das propostas, até se chegar ao formato final votado e aprovado na assembleia. A presidente da Aduff, a docente Marina Tedesco, destacou esse aspecto durante uma das votações na assembleia, quando duas proposições estavam em disputa. Ressaltou a importância da unidade das professoras e professores nessa construção, sem que cada um deixasse de expor e defender de forma plural as suas avaliações. 

"Os dissensos são parte do processo de construção, são parte do processo democrático, quem dera os dissensos estivessem podendo aparecer nos espaços decisórios da universidade. Nós temos aqui um processo que teve em torno de dez encontros, sendo reunòes de GTs, plenárias, assembleias, feitos desde o final de maio, quando nos recuperamos um pouco do baque que é estar vivendo uma pandemia. Todos nós estamos aqui para contribuir, já somos vencedores por termos conduzido o processo desse jeito", disse, ressaltando que não se referia apenas à diretoria da entidade, mas ao conjunto de docentes que participaram dessa mobilização - que agora prosseguirá com a defesa da proposta nos diversos espaços acadêmicos da UFF.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho