Jul
03
2020

MEC lança diretrizes de retorno às aulas presenciais nas IFES

Mesmo sem controle da disseminação do novo coronavírus e enquanto o país ultrapassa as 60 mil mortes pela Covid-19, o Ministério da Educação (MEC) anunciou, na última quarta (01), as diretrizes para a volta às aulas presenciais das Instituições Federais de Ensino (IFEs). Apesar de ainda não ter data prevista para o retorno das atividades, a Portaria n° 572/2020 já está em vigor, instituindo um Protocolo de Biossegurança para o retorno nas universidades e institutos federais. A cartilha pode ser lida aqui. 

As orientações - semelhantes às adotadas para a reabertura dos estabelecimentos comerciais - englobam medidas coletivas e individuais de proteção e prevenção à Covid-19, mas não preveem a testagem de trabalhadores e estudantes. Entre as diretrizes estão o uso obrigatório de máscara; aferição de temperatura no acesso às áreas comuns; disponibilização de álcool em gel; volta ao trabalho de forma escalonada; distanciamento social de pelo menos 1,5 m; limpeza periódica de salas de aulas e banheiros; não compartilhamento de objetos; entre outras. 

Para a presidente da Aduff-SSind, Marina Tedesco, as orientações da cartilha para o retorno das atividades presenciais parecem mais simples no papel do que são na prática. “Infelizmente vivemos um longo processo de expansão precarizada e asfixia orçamentária em todas as instituições de ensino superior. Considerando a realidade de muitas unidades de Niterói, mas principalmente dos campi fora de sede - onde ainda se dá aula em contêineres-, as diretrizes de biossegurança do MEC só seriam viáveis se houvesse orçamento suficiente para a construção de prédios inacabados e realização de amplas reformas, para a compra de material de limpeza, higiene e EPI e para a contratação de mais técnicos, terceirizados e docentes. Dinheiro que a gente sabe que não interessa ao governo que chegue às universidades e que já não chegava antes da pandemia”, destaca. 

A docente ainda frisa a questão do deslocamento até os campi como um complicador para o retorno das atividades presenciais nas universidades. “As pessoas vêm de regiões distantes da cidade, de outras cidades. Ainda que se garantissem as condições ideais nas universidades para o retorno das aulas, a gente sabe o impacto que esse retorno tem para o transporte público das cidades e as condições do transporte público no país. O debate sobre a volta às aulas é muito mais sério e mais complexo do que está exposto na cartilha”, finaliza. 

Additional Info

  • compartilhar: