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Jun
30
2020

Quarta-feira 1 é dia de paralisação dos entregadores de aplicativo que reivindicam melhores condições de trabalho

Para diretor da Aduff, uberização é a versão mais selvagem da exploração capitalista sobre o trabalho

Não vai ter Ifood, Uber Eats ou afins nesta quarta-feira, 1 de julho - dia de greve dos entregadores que trabalham para aplicativos, com programação de atos de rua em diversas cidades no Brasil e no mundo, incluindo Argentina e Inglaterra. A Aduff-SSind apoia o protesto, cujo objetivo é denunciar a precarização a qual estão submetidos cerca de 10 milhões de trabalhadores, que recebem R$ 2 reais a cada 6 quilômetros rodados, obrigados a trabalhar no fim de semana. Muitos são bloqueados aleatoriamente – o que gera incerteza sobre os seus salários. Por isso, os entregadores reivindicam o aumento da taxa por km rodado; aumento da taxa mínima e fim dos bloqueios indevidos.

A sociedade pode colaborar com a manifestação ao não realizar pedidos pelas plataformas correlatas na quarta-feira 1 e, assim, demonstrar que compreende a exigência por direitos trabalhistas dos profissionais que se mostraram essenciais nesse contexto de isolamento provocado pela pandemia da Covid-19. 

De acordo com Reginaldo Costa, diretor da seção sindical dos docentes da UFF e professor da Faculdade de Educação, os trabalhadores devem ser valorizados e respeitados, pois são a expressão da Reforma Trabalhista dos governos Temer, aprofundadas por Bolsonaro. “As empresas de aplicativo não garantem a devida proteção sanitária a eles sob a alegação de que são apenas atravessadores do serviço. É urgente que os trabalhadores recebam os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)”, defende. 

Segundo Reginaldo Costa, a uberização é a versão mais selvagem da exploração capitalista sobre o trabalho. “Sob a aparência de liberdade e empreendedorismo, se esconde um regime de trabalho desumano, sem direitos”, diz o professor. Ele lembra ainda que esse regime de trabalho está associado ao racismo estrutural, intrínseco à formação da sociedade brasileira, pois 71% dos entregadores são pretos, moradores de favelas e periferias – o que evidencia a ausência de oportunidades e a dificuldade de ascensão social para as minorias. Por isso, o movimento nacional grevista desses entregadores se organiza por direitos e contra o neofascismo e o racismo. “São parceiros, inclusive, do movimento das torcidas Antifa que mostraram ao governo Bolsonaro que não deixaremos abater a democracia. É a nova expressão política da reorganização dos trabalhadores. Traz a força política de um setor fundamental da classe trabalhadora, que, de forma inovadora, lança as bases para uma futura frente única de trabalhadores, que seja capaz de apresentar alternativas de esquerda ao governo Bolsonaro. Aduff diz #ApoioBrequeDosAPPs”.

#BREQUEDOSAPPS #EUAPOIOOBREQUEDOSAPPS #apoiobrequedosapps

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira

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