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Jun
29
2020

Docentes da UFF iniciam ‘período especial remoto’ sem acesso a levantamento realizado pela Reitoria sobre inclusão digital

Mais de um mês depois do encerramento, comunidade acadêmica continua sem ter qualquer informação sobre o resultado do questionário aplicado pela UFF

 O Período Letivo Especial para estudantes concluintes começou a partir desta segunda-feira (29) na Universidade Federal Fluminense (UFF) e os docentes e o restante da comunidade acadêmica da instituição ainda não tiveram acesso aos levantamentos realizados pela Administração da Universidade sobre as condições socioeconômicas, psicossociais e de acesso de docentes e discentes às tecnologias digitais, para a realização de ensino remoto. A Aduff segue defendendo e insistindo que a Reitoria divulgue o resultado das pesquisas, que se encerraram no dia 25 de maio.  

Antes da aprovação aligeirada da Resolução n.º 156/2020 no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx) da UFF - no dia 12 de junho -, a Aduff defendia que a divulgação dos dados obtidos através dos levantamentos realizados pela UFF deveriam vir primeiro que a deliberação no CEPEx, subsidiando o amplo debate do projeto nos departamentos, unidades e no Conselho Universitário. 

“É muito difícil para a comunidade acadêmica se posicionar ou colaborar com a necessária elaboração de um projeto de universidade durante a pandemia sem informações sobre o conjunto da comunidade acadêmica e, especificamente no caso do projeto de resolução para os concluintes, sobre os próprios estudantes nesta condição de concluinte e o corpo docente”, destaca a diretoria da Aduff, em ofício enviado ao Reitor, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, no dia 9 de junho. 

Após a aprovação aligeirada da resolução que trata do planejamento e execução das “Atividades Acadêmicas Emergenciais (ACE)” e de um Período Letivo Especial para estudantes concluintes na UFF, os docentes da Universidade continuaram sem acesso às pesquisas. Com menos de duas semanas para realizar o planejamento das aulas, foram obrigados a fazê-lo sem informações sobre os estudantes, e sem apoio pedagógico ancorado em pesquisas e estudos sobre ensino através de uso de tecnologias digitais.

“A UFF não divulgou o resultado dos questionários provavelmente porque teve um índice de resposta muito baixo, o que seria um argumento contra o ensino remoto emergencial que a administração tem se empenhado tanto para implementar”, destaca a presidente da Aduff-SSind, Marina Tedesco.

Em nova nota publicada pela diretoria da entidade no dia 26 de junho, a Aduff ressalta que a “responsabilização dos professores por traçar estratégias contra a falta de acesso estudantil (...) se configura em um constrangimento e na exigência de dar conta de uma demanda que vai muito além da alçada docente”. A seção sindical destaca ainda que a falta de dados sobre as condições socioeconômicas, psicossociais e de acesso de docentes e discentes para embasar a resolução aprovada a torna “um instrumento não científico e perigoso”.

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