Mai
04
2020

Ato do 1o de Maio tem homenagem a profissionais de saúde, insultados por militantes pró-Bolsonaro

No Dia Internacional dos Trabalhadores, atos virtuais defendem autonomia e independência da classe

Ato de trabalhadoras e trabalhadores da saúde em Brasília, no 1o de Maio Ato de trabalhadoras e trabalhadores da saúde em Brasília, no 1o de Maio / Reprodução Sindicato dos Enfermeiros do DF

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Ato pelo 1o de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, organizado pelo Fórum Nacional Por Direitos e Liberdades Democráticas terminou, na manhã desta sexta-feira, com uma homenagem aos profissionais da área de saúde. O ato foi realizado de forma virtual, pelas redes sociais, em decorrência do isolamento social colocado em prática na pandemia do coronavírus.

A homenagem se deu através da reprodução de um vídeo da manifestação, realizada pouco antes, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Trabalhadores da saúde protestaram contra as más condições de trabalho, que têm levado muitos deles à morte na pandemia do coronavírus. "Somos solidários a esses profissionais de saúde que estão sendo atacados no governo Bolsonaro, que não têm condições de trabalho", disse Sirlene Maciel, da coordenação CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular). 

Sirlene fez a mediação do ato de 1o de Maio junto com o docente Antonio Gonçalves, presidente do Andes-Sindicato Nacional. Ele abriu a manifestação explicando que o Fórum tem como objetivos centrais preservar direitos e liberdades democráticas, diante de um governo nitidamente autoritário, mas também busca ajudar a construir a reorganização da classe trabalhadora. A Aduff-SSind divulgou este e outro ato, organizado pela CSP-Conlutas e pela Intersindical-Instrumento de Luta dos Trabalhadores, também pela manhã. 

À noite, a Aduff participou de um terceiro ato nas redes sociais, promovido pelo Fórum Popular da Saúde, Fórum de Luta Pela Moradia e Fórum Sindical Popular de Niterói - com transmissão pela página da seção sindical no Facebook. Pouco depois, após as 20h30min, ocorreu um 'Barulhaço' nas janelas contra o governo Bolsonaro e em defesa dos direitos dos trabalhadores. 

Em comum nas três manifestações, a defesa da independência e da autonomia da classe trabalhadora e de suas organizações. Este aspecto foi muito destacado nos dois atos pela manhã, em referência a outra manifestação do 1o de Maio, que estava sendo construída para ser unitária de todas as centrais sindicais. 

Isto não aconteceu porque as demais centrais - entre elas a CUT, a Força Sindical e a CTB - decidiram convidar para o ato políticos como Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Os três encaminharam e defenderam, por exemplo, emendas constitucionais na Previdência Social que cortaram direitos dos trabalhadores e provavelmente inviabilizaram ou vão inviabilizar milhões de aposentadorias. 

Saúde e provocação de apoiadores de Bolsonaro

No protesto dos profissionais de saúde, também pela manhã, trabalhadoras, em sua maioria, e trabalhadores formaram filas em frente ao Palácio do Planalto, mantendo alguns metros de distância, e com máscaras. Carregavam cruzes de madeira e faixas pretas no ombro. “Quantos mais?”, indagavam alguns cartazes, numa referência às vítimas fatais da pandemia. A atividade foi organizada pela Associação Brasileira de Enfermagem em Terapia Intensiva, Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF), SindEnfermeiro-DF e pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do DF.

No ato em homenagem às vítimas da covid-19, um pequeno grupo de militantes pró-presidente Jair Bolsonaro, que costumam fazer plantão na praça em frente à sede do governo, avançou agressivamente contra os manifestantes. Pelo menos uma mulher declarou ser empresária, quando era filmada por uma repórter do site 'Esquerda OnLine'. Houve discussão, ameaças e os partidários do presidente romperam o distanciamento social defendido pela Organização Mundial de Saúde e pelo próprio Ministério da Saúde. Com isso, os profissionais de saúde resolveram encerrar o ato mais cedo.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

Ato de trabalhadoras e trabalhadores da saúde em Brasília, no 1o de Maio Ato de trabalhadoras e trabalhadores da saúde em Brasília, no 1o de Maio / Reprodução Sindicato dos Enfermeiros do DF

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