“Já que setor privado foi para o desemprego, para a dificuldade, foi para o auxílio emergencial, o funcionário público que está em casa, no isolamento, recebendo salário integral, então, pelo menos contribua com o Brasil. Quebra essa espiral de aumentos pelo menos dois, três anos”, disse.
Para o professor da Faculdade de Economia da UFF, Victor Leonardo, tanto a proposta de redução de salário como a de suspensão de aumento dos trabalhadores partem da premissa equivocada de que todos irão perder com a crise, e que por isso precisam dar sua cota de sacrifício neste momento.
“O pressuposto de que todos perdem com a crise é equivocado. O setor financeiro não perde com a crise, as grandes empresas não perdem com a crise. Os bancos quando perdem, perdem menos. Tem toda uma estrutura institucional que os socorre. Se o governo realmente estivesse preocupado com a igualdade dos sacrifícios, estaria empenhado em taxar as grandes fortunas, ou o imposto de renda de pessoas físicas, sobre lucros e dividendos”, destaca.
Para Victor, é inadmissível que qualquer trabalhador tenha perdas neste momento. “Nenhum trabalhador do setor privado deveria ter perdas, e nem o servidor público tem que ter perda no seu padrão de vida. O governo quer impor aos servidores um sacrifício que não vai impor à família Setubal, a família Moreira Salles, aos herdeiros do Safra”, critica.