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Mar
31
2020

Paulo Guedes defende travar aumentos de servidores

Em declaração dada no último final de semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não é favorável à redução de salários dos servidores como forma de arrecadar recursos para o combate ao coronavírus, mas defendeu a suspensão de aumento dos trabalhadores do funcionalismo público por dois ou três anos. 

“Já que setor privado foi para o desemprego, para a dificuldade, foi para o auxílio emergencial, o funcionário público que está em casa, no isolamento, recebendo salário integral, então, pelo menos contribua com o Brasil. Quebra essa espiral de aumentos pelo menos dois, três anos”, disse.

Para o professor da Faculdade de Economia da UFF, Victor Leonardo, tanto a proposta de redução de salário como a de suspensão de aumento dos trabalhadores partem da premissa equivocada de que todos irão perder com a crise, e que por isso precisam dar sua cota de sacrifício neste momento.

“O pressuposto de que todos perdem com a crise é equivocado. O setor financeiro não perde com a crise, as grandes empresas não perdem com a crise. Os bancos quando perdem, perdem menos. Tem toda uma estrutura institucional que os socorre. Se o governo realmente estivesse preocupado com a igualdade dos sacrifícios, estaria empenhado em taxar as grandes fortunas, ou o imposto de renda de pessoas físicas, sobre lucros e dividendos”, destaca.

Para Victor, é inadmissível que qualquer trabalhador tenha perdas neste momento. “Nenhum trabalhador do setor privado deveria ter perdas, e nem o servidor público tem que ter perda no seu padrão de vida. O governo quer impor aos servidores um sacrifício que não vai impor à família Setubal, a família Moreira Salles, aos herdeiros do Safra”, critica.

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