O Governo de Jair Bolsonaro vai mais uma vez na contramão do que recomendam pesquisadores e autoridades sanitárias de todo o mundo, que explicaram e justificaram com dados científicos a necessidade de confinamento social para frear o avanço da contaminação por Covid-19 e a superlotação em hospitais públicos e privados. Nos próximos dias, vai ser veiculada campanha publicitária, contratada por cerca de R$4,8 milhões e sem licitação por ser considerada emergencial, para defender a interrupção de isolamento da população mais jovem.
O mote é “o Brasil não pode parar” e recomenda a retomada à normalidade das atividades diárias – o contrário do que fazem outros países no mundo, que endureceram as regras para o confinamento, como a França, a Espanha e, agora, os Estados Unidos.
Nesta semana, em pronunciamento em rede nacional, Jair Bolsonaro se valeu das prerrogativas institucionais para levar à população um recado da sua base de sustentação, o empresariado de diferentes setores da cadeia de produção, e estimular a retomada das atividades laborais. Disse haver uma histeria na cobertura jornalística sobre o Covid-19 e minimizou os riscos da doença que tem se mostrado agressiva e letal, em vários países, inclusive para os mais jovens e não apenas para os idosos.
“As Olimpíadas de Tóquio – ação que envolve recursos financeiros substantivos, além da preparação física e emocional dos reais atletas -- foram adiadas para 2021. O número de mortos cresce vertiginosamente na Itália e na Espanha, dois dos principais países europeus que mais tem sofrido com a disseminação de contágio e mortes em decorrência do coronavírus. Ainda assim, o presidente se comporta de forma irresponsável, priorizando a economia em detrimento das vidas”, considera Marina Tedesco.
Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira