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Mar
18
2020

Covid-19: Docentes da UFF em defesa da saúde pública e das universidades brasileiras

Pela revogação da EC95 e a recomposição do orçamento da educação e saúde pública!

 

Em dezembro de 2019, a China identificou um surto de doença respiratória em Wuhan, capital da província de Hubei. De lá para cá, o Coronavírus, responsável pela doença respiratória Covid-19, se espalhou rapidamente pelo mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma pandemia. No Brasil, muitos casos já foram registrados e a projeção é que a contaminação cresça ainda mais nos próximos dias, com pico entre abril e maio deste ano.

A multiplicação rápida dos casos é a grande preocupação entre estudiosos pelo impacto que ela causa no sistema de saúde, com potencial de sobrecarregar unidades e leitos hospitalares. Por isso a adoção de medidas de distanciamento social e restrições de deslocamento - como o adiamento do semestre letivo na UFF - para contribuir na contenção do vírus. Mas sabemos que só essas medidas não serão suficientes para dar respostas à pandemia da Covid-19.

Além dos sintomas típicos da gripe – como febre, tosse, dor muscular e cansaço –, o coronavírus também pode afetar o sistema respiratório, causando pneumonia e agravando o quadro médico. O sucateamento da saúde pública no Brasil acende um alerta sobre a capacidade dos hospitais atenderem a população e, principalmente, os pacientes de risco, como idosos, pessoas com problemas crônicos de saúde e em situação de vulnerabilidade social.

Por serviços públicos de qualidade, dizemos não ao corte de verbas e às reformas de Bolsonaro!

Em momentos como esse fica evidente a importância de um sistema gratuito e universal de saúde pública como é o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. É inadmissível que os governos federais, estaduais e municipais continuem implementando medidas que precarizam e privatizam a saúde, os serviços e os servidores públicos. 

No ano de 2020, o governo de Jair Bolsonaro cortou nove bilhões de reais do orçamento da Saúde. O dinheiro para Educação também diminuiu 16% por cento em relação a 2019. E o pacote de reformas de Bolsonaro e Paulo Guedes ainda prevê mais cortes com a PEC Emergencial e a retirada de direitos (inclusive com proposta de redução salarial de 25%) para funcionários públicos. 

Entretanto, são esses trabalhadores – antes, durante e depois da pandemia do coronavírus - os responsáveis por garantir à população o direito universal à saúde, além de pesquisa de ponta para otimizar formas de prevenção e tratamento para as enfermidades – realizadas quase em sua totalidade em instituições públicas. 

Apesar da infinidade de ataques do governo Bolsonaro e do ministro da Educação Abraham às universidades (que inclui não só grandes restrições orçamentárias, mas uma campanha de difamação ativa contra as instituições, seus trabalhadores e estudantes), foram cientistas da USP e do Instituto Adolfo Lutz que realizaram o sequenciamento genético do coronavírus, em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso no Brasil. 

Pela revogação da EC95 e a recomposição do orçamento da educação e saúde pública!

Também é necessário apontar o quão nociva foi a aprovação da Emenda Constitucional 95, herança do governo Temer (MDB), que instituiu o teto de gastos e congelou os investimentos públicos no Brasil por 20 anos, gerando cortes de verbas na educação, na ciência e tecnologia e na saúde. A lei do teto dos gastos públicos e o cenário de asfixia orçamentária que ela implementa é criminosa. Da mesma forma que são as medidas do governo Bolsonaro que tentam atacar as universidades e a produção científica no Brasil. Pela revogação imediata da EC95 e a suspensão da tramitação no Congresso de todas as medidas que cortam verbas públicas e retiram direitos de trabalhadores!

Da Redação da UFF
Por Lara Abib