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Mar
13
2020

UFF adia o início das aulas para evitar Covid-19, mas mantém jornada dos técnico-administrativos

Aduff e Sintuff criticam a rotina administrativa dos servidores, já que a instituição não cancelou o período de ajustes 

A Universidade Federal Fluminense (UFF) adiou em uma semana o início do período letivo na instituição, que estava previsto para segunda-feira (16). A medida, como explica a nota da reitoria de 13 de março, considera as ponderações de especialistas e da Vigilância Sanitária estadual, no contexto de pandemia do Covid-19 (coronavírus). No entanto, mantém a jornada dos técnico-administrativos – decisão que é criticada pelo Sintuff e pela Aduff-SSind.  

“A grande questão é que a reitoria não adiou o período de ajuste – trancamento, pedido de abertura de vaga em outro departamento, inclusão. As pessoas usam transportes públicos para chegar aqui. Deveria existir, na pior das hipóteses, um rodízio entre os trabalhadores”, considera um servidor que não quer se identificar por medo de represálias.

O que diz a UFF

Segundo a administração central, o objetivo é reduzir a circulação e o contato entre as pessoas da UFF, que se faz presente em nove municípios do Estado do Rio de Janeiro, por onde circulam cerca de 50 mil alunos.

“Quando se considera interromper aulas que já estão em andamento, o objetivo é reduzir o nível de circulação e o contato entre as pessoas. Enquanto que, no caso da UFF, onde o período letivo ainda não se iniciou, o adiamento visa evitar o aumento da situação corrente de circulação de dezenas de milhares de pessoas. Isso está em linha com as recomendações da OMS, Ministério da Saúde, MEC/SESU e Secretaria do Estado do Rio de Janeiro de evitar locais com aglomeração de pessoas e contribui para a contenção da transmissão do vírus”, explica a nota.

Em publicação do dia 12 de março, a reitoria anunciou ter constituído grupos de trabalho com a função de “planejar e executar ações integradas de acompanhamento, conscientização e prevenção da doença”.

A ideia é que viabilizar ainda “a criação de uma equipe capacitada, formada por diversos setores da universidade e por profissionais de diferentes áreas”, que deve atuar em três frentes de trabalho: educacional, administrativa e de vigilância epidemiológica e saúde. 

Aduff e Sintuff defendem interrupção dos trabalhos administrativos

Para a presidente do Sindicato dos Docentes da UFF, Marina Tedesco, a decisão da reitoria deveria abranger todos os três segmentos. “As aulas foram canceladas porque a circulação de um número muito maior de pessoas na Universidade contribui para o aumento da chance de contaminação de estudantes, técnicos e docentes. Por isso, é incompreensível cancelar somente as aulas, já que as pessoas terão que ir à UFF para o período de ajustes”, problematizou. Segundo Marina, a administração parece ter se preocupado apenas com uma parte da comunidade acadêmica. 

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff) criticou em nota na página da entidade a não interrupção no fluxo de trabalho interno na universidade e a manutenção da biometria.

De acordo com o Sintuff, a reitoria ainda não garantiu o fornecimento de álcool-gel, máscaras, uniformes especiais e outros materiais que minimizem os riscos de contaminação, sobretudo para os trabalhadores lotados no Hospital Universitário Antônio Pedro. Em nota, afirmou que há rumores de infecção no Huap, “sem desmentido ou confirmação oficial por parte da reitoria e da gestão do hospital”.

 

Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira
Foto: Reprodução de Internet

 

 

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