Professores e professoras da Universidade Federal Fluminense (UFF) aprovaram, nesta quinta (12), adesão à paralisação nacional de 24h da Educação (18M) e indicativo de greve, sem data, dos docentes da instituição. As decisões foram deliberações da assembleia geral centralizada que aconteceu no campus do Gragoatá, em Niterói. A avaliação dos presentes é que numa conjuntura em que a universidade, os serviços e os servidores públicos têm sido duramente atacados é fundamental que a categoria docente da UFF comece o ano mobilizada e em unidade aos diversos segmentos da universidade e ao funcionalismo público para promover mobilização e enfrentamento aos ataques do governo Bolsonaro.
A aprovação do indicativo de greve foi defendida como um processo de construção gradual de mobilização na universidade e uma forma de reafirmar a resolução aprovada no 39° Congresso do Andes-SN, que deliberou pela construção de uma greve docente por tempo indeterminado ainda no primeiro semestre de 2020. A possível data do indicativo de greve, e, mais para frente, sua deflagração serão pautas de novas assembleias docentes, que devem acontecer a partir do acúmulo dos debates. A principal instância de deliberação do movimento docente da UFF também aprovou a criação de uma Comissão de Mobilização local para dar o pontapé no processo de debate e mobilização para a greve. A comissão é aberta a participação de todas e todos docentes interessados.
Representantes do Sintuff e do DCE da UFF estiveram presentes na assembleia docente para saudar o espaço. Os técnicos administrativos da UFF também deliberaram em assembleia da categoria pela paralisação no dia 18 de março – Greve Nacional da Educação e pelo indicativo de greve por tempo indeterminado dos servidores.
18 de março – Greve Nacional da Educação (18M)
Na assembleia, os docentes da UFF deliberaram, por unanimidade, pela paralisação de 24h no dia 18 de março, somando forças ao movimento nacional em defesa da Educação e dos serviços públicos. Já agendada como data da Greve Nacional da Educação, o 18M ganhou a adesão das principais centrais sindicais brasileiras e se transformou em um Dia de Lutas, Protestos e Paralisações em defesa dos serviços públicos, do emprego, direitos e das liberdades democráticas.
Os docentes também exigiram que a reitoria respeite a deliberação aprovada em reunião do Conselho Universitário, no dia 4 de março, que garante a suspensão das atividades acadêmicas e administrativas regulares da instituição, no dia 18. Defendida pela Aduff, Sintuff e DCE, que frisaram no CUV sobre a importância de garantir respaldo administrativo para que não haja cortes de ponto, faltas ou qualquer tipo de punição a estudantes, técnicos e professores que participarem das atividades do 18M, a proposição foi adulterada, de forma arbitrária, em reunião das Câmaras Técnicas da UFF. O fato foi repudiado pelas três entidades, em nota conjunta. Veja aqui.
Coronavírus: saúde pública em debate
A assembleia ainda deliberou pela realização de uma atividade que debate a ameaça do corona vírus num contexto de sucateamento da saúde pública, em defesa dos hospitais universitários e de investimento público na saúde pública. A avaliação dos docentes é que a pandemia poderá ser utilizada política e economicamente pelo governo para intensificar a retirada de diretos, a partir do argumento de que as instabilidades que o país enfrenta e enfretará só serão sanadas com a realização de mais reformas e retirada de direitos. Para os presentes, esse é o momento de organizar a luta em defesa da saúde pública, mostrando a importância do SUS, da pesquisa brasileira e o equívoco que é congelar as verbas dos serviços públicos.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib
