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Mar
09
2020

#8M: Em Niterói, manifestações políticas e culturais defenderam pautas feministas

Na tarde desta segunda-feira (9), a partir das 17h, haverá um grande ato unificado no centro do Rio de Janeiro, com concentração na Candelária.  

Dados recentes do Instituto de Segurança Pública (ISP) informam que, em 2019, foram registrados 88.828 crimes contra mulheres no Rio de Janeiro: 4.687 estupros, 305 homicídios dolosos, 85 feminicídios, 41.048 ameaças, 41.366 casos de lesão corporal dolosa; 183 ocorrências de assédio sexual e 1.154 casos de importunação sexual. Os números levam em conta as notificações policiais, mas é sabido que nem todas as vítimas conseguem denunciar o agressor – o que sugere que os índices sejam ainda mais alarmantes.

Para lutar contra esse e os demais tipos de violência de gênero e reafirmar a defesa por direitos democráticos, o Horto do Fonseca e o Campo de São Bento foram palco, na manhã de domingo 8 de março, de atividade política cultural que, com muita música, poesia e leveza, chamou atenção para as pautas feministas.

A ADUFF-SSind apoiou o evento que tinha o objetivo de levar à reflexão sobre o direito à vida, à liberdade e à felicidade das mulheres. Houve a presença das musicistas da ‘Orquestra Sinfônica da Grota’ e da ‘Sinfônica Ambulante’; das ativistas do ‘Pedal Sonoro’; da poetiza Suzana Lima, da cantora Patrícia SSS, entre outras atrações.  A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito também participou das atividades.

De acordo com Ana Paula Peçanha, frequentadora do Campo de São Bento, é necessário que haja cada vez mais movimentos para sensibilizar a sociedade e promover a conscientização em relação aos direitos da mulher. “Quando uma mulher é devidamente respeitada, esse tipo de ação reflete positivamente em todos a sua volta”, disse.

Miriam de Fátima Cruz, técnica-administrativa na UFF, defendeu a ocupação de ruas e de praças com ações culturais voltadas para a formação política, principalmente em uma cidade como Niterói, com reconhecido traço conservador expresso pelas urnas na última eleição. “Ainda há muitas mulheres oprimidas; penso em casos até envolvendo mulheres da minha família. Para desconstruir esse pensamento e essas práticas, precisamos aglutinar cada vez mais pessoas”, disse.

Para Julia de Azevedo Otero, apesar das evoluções científicas e sociais conquistas pela humanidade, a sociedade ainda não conseguiu evoluir o suficiente para romper com práticas machistas, racistas e/ou lgbtfóbicas. “Por isso, dia 8 de março é extremamente importante; é dia de se abraçar e de andar de mãos dadas, principalmente nesse atual contexto de retrocessos no Brasil e no mundo”, afirmou.

Ato unificado nesta segunda-feira (9), a partir das 17h, na Candelária

Na tarde desta segunda-feira (9), a partir das 17h, haverá um grande ato unificado no centro do Rio de Janeiro, com concentração na Candelária. O ponto de encontra para a comunidade da UFF é o grande balão do Andes-SN.

Para a docente Louise Lombardo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFF, 8 de março deve ser lembrado como um dia de luta. “Nessa fase difícil, temos que nos unir e discutir com mais consciência os problemas que nos afetam. Dia 9 vamos para a rua novamente. E vamos estar em dobro, triplo – as minorias todas, no fundo, formam uma grande maioria e temos que assumir esse protagonismo”, considerou.

A jornalista Lilian Calandrini concorda: "Creio ser importante estarmos reunidas para mostrar nossa força. 8 de março não é dia para celebrar, mas é dia para reflexão, de lembrarmos das que lutaram por direitos antes de nós e de continuarmos na resistência. Fiquei admirada com a manifestação ocorrida no Chile pelo 8M [que levou às ruas mais de dois milhões de mulheres para defender agenda progressista] e decidi também apoiar nosso ato na Candelária, no Rio de Janeiro”, disse.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira | Fotos: Elisângela Leite 

 

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