Out
04
2019

"Com Future-se, não há universidade pública nem democracia", afirma docente da UFF na Greve de 48h da Educação

Andréa Vale, docente da Escola de Serviço Social da UFF, participou de Aula Pública na Praça Cantareira, em Niterói

Os docentes Andréa Vale (Serviço Social) e Rogério Dultra (Direito) participaram de Aula Pública, na Praça Cantareira, em Niterói, no segundo (3) dia das 48h da Greve Nacional da Educação. A atividade, organizada pela Aduff, Sintuff e DCE, antecedeu a participação da comunidade da UFF no ato realizado no Centro do Rio de Janeiro, também na quinta-feira.  

A convocação para a Greve Nacional da Educação foi feita pelo ANDES-SN, Fasubra, Sinasefe, UNE e ANPG (Associação Nacional de Pós-graduandos), tendo como mote a luta contra os cortes orçamentários e o projeto ‘Future-se,’ que na prática significa a mercantilização total do ensino e a privatização da educação pública. Na UFF, os docentes deliberaram pela adesão à paralisação de 48 horas em assembleia geral descentralizada, realizada nos dias 9, 10 e 11 de setembro.

Na Praça Cantareira, Andréa Vale abordou alguns aspectos que dizem respeito aos ataques aos princípios democráticos dentro da Universidade, herdados do período da ditadura civil empresarial militar, aprofundados pela reforma do Estado na década de 1990. Mencionou o modelo de gestão corporativo e gerencial, voltado para o mercado, com o esvaziamento dos espaços plurais e democráticos das instituições e ainda com a precarização das relações de trabalho, por exemplo.

Ela criticou o "Future-Se" e disse que é impossível falar em democracia universitária sem falar em igualdade. "Com Future-Se, não seríamos mais uma universidade pública e uma instituição com caráter ou possibilidade de democratização", disse Andréa.

A docente afirmou ainda ser necessário superar as fragmentações internas e se apropriar dos momentos e processos decisórios no âmbito institucional e não só da execução das decisões. Propôs ainda combater o produtivismo e os princípios postos pelo neoliberalismo, como a lógica da meritocracia.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho
Foto: Luiz Fernando Nabuco

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