Set
20
2019

Placa faz homenagem aos que resistiram e foram perseguidos pela ditadura na UFF

O ato político teve a presença de Dora Santa Cruz - professora aposentada da UFF e da UFRJ - irmã de Fernando Santa Cruz, estudante da Faculdade de Direito da UFF - morto pelos agentes do Estado em 1974.

 

Uma homenagem aos que, pertencentes à comunidade universitária da UFF, “resistiram nos anos de chumbo”, foram perseguidos, torturados e mortos. Docentes, técnicos-administrativos e estudantes participaram, ao final da tarde desta quinta-feira (19), de cerimônia que inaugurou placa em homenagem aos mortos pela ditadura empresarial-civil-militar na UFF.

A presidente da Associação dos Docentes da UFF (Aduff-SSind), professora Marina Tedesco, participou e destacou a importância da iniciativa, da preservação da memória e da resistência histórica da comunidade universitária na Universidade Federal Fluminense em defesa das liberdades democráticas e dos direitos sociais.

O ato político teve a presença de Dora Santa Cruz - professora aposentada da UFF e da UFRJ - irmã de Fernando Santa Cruz, estudante da Faculdade de Direito da UFF preso pelos órgãos repressores da ditadura em 1974 - desaparecido e morto no período em que o país era governado por generais e não havia eleições presidenciais.

A inauguração da placa é parte do evento "Nenhuma Ilha de Liberdade: Vigilância, controle e repressão na UFF", organizado pelo Centro Acadêmico de História, em parceria com os Centros Acadêmicos (CA) e Diretórios Acadêmicos (DA) do Ichf, Instituto de História, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia e a Aduff-SSind. A primeira etapa aconteceu na quinta-feira (12), no campus do Gragoatá, com a participação da professora e pesquisadora Ludmila Gama Pereira, cuja premiada tese de doutoramento aborda a repressão na Universidade Federal Fluminense entre os anos de 1964-1987.

O objetivo da iniciativa, como destacaram os organizadores, é resgatar o passado da Universidade em tempos de obscurantismo e homenagear aqueles que foram perseguidos, presos, torturados e mortos pela ditadura. Entre eles, por exemplo, Fernando Santa Cruz – que dá nome ao Diretório Central dos Estudantes da UFF – e Ivan Mota Dias, respectivamente alunos dos cursos de Direito e de História à época em que foram presos e executados pelo sistema.

Também compareceram à cerimônia a professora Alessandra Barreto, diretora do Instituto de Filosofia e Ciências humanas, e Laura Maciel, diretora do Instituto de História. Logo após a inauguração da placa, iniciou-se tendo na mesa o professor Rafael Vieira, da UFF em Angra dos Reis, que como membro do Grupo de Trabalho local de História do Movimento Docente (GTHMD) da Aduff-SSind, participou da organização do livro “Atitudes de Rebeldia: as formas da universidade tecnocrática, o aparato vigilante/repressivo e as resistências dos professores da UFF durante a ditadura", publicado seção sindical em 2018, com reimpressão em 2019.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto Luiz Fernando Nabuco

 

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