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Set
19
2019

Ato em frente ao DCE defende a UFF, o fim dos cortes e rejeita o Future-se

Manifestação que reuniu os três segmentos também ressaltou a história de luta em defesa da Educação pública e das liberdades democráticas do DCE Fernando Santa Cruz

 

Estudantes e trabalhadores da UFF, professores e técnicos, se reuniram em frente ao prédio do Diretório Central dos Estudantes, no Centro de Niterói, para um ato unitário e simbólico neste dia de mobilização contra os cortes no orçamento da Educação e o Future-se (18).

O ato também teve o objetivo de homenagear a memória de Fernando Santa Cruz - aluno do curso de Direito da UFF preso e assassinado na década de 1970 pela ditadura empresarial-civil-militar.

Além disso, busca contrapor as narrativas que desmerecem o DCE como importante lugar de memória na cidade e na universidade. "O DCE é um espaço de resistência, um espaço histórico para a UFF e para Niterói, disse o estudante Marcos Teixeira, aluno de Ciências Sociais e da coordenação do Diretório.

Marcos faz menção aos vídeos que buscam depreciar o espaço de convivência estudantil e ainda ao recente princípio de incêndio, no último dia 6 de setembro, que gerou tensão e preocupação durante uma homenagem a ex-alunos da UFF e a família de Fernando Santa Cruz, há pouco tempo desrespeitada pelo presidente Jair Bolsonaro.

"DCE é um espaço vivo, com uso do teatro, com pré-vestibular popular, lugar de ensaio das atleticas”, complementa Marcos.

Querem inviabilizar universidade pública"

Segundo o professor José Antônio Oliveira, decano do curso de Física e membro do Conselho de Representantes da Aduff, é preciso chamar atenção do grande público para a importância dos serviços públicos. Ele defende que seja produzida contra-informação sobre a função social das universidades públicas para desmontar uma campanha que classifica como "covarde" e que visa desqualificar a Educação e a pesquisa Públicas. "Querem inviabilizar o funcionamento da Universidade pública porque ela é a pedra no sapato dos governantes; é o espaço de produção do pensamento crítico", diz.

José Antônio alerta ainda que os cortes em recursos no setor não começaram agora. No entanto, destaca que eles nunca foram tão extremos quanto os que o atual governo tem empreendido.

Para o coordenador de imprensa do Sintuff, Raoni Lucena, a política de corte de verbas está diretamente associada à imposição do projeto de suposto financiamento privado para as instituições públicas defendida pelo governo, o Future-se. "Sucessivos cortes põem em risco funcionamento da Universidade. Querem que o Future-se seja a salvação, mas na verdade ele representa a entrega do capital humano, dos bens e da autonomia universitária às organizações sociais" , criticou.

Raoni disse que os movimentos sociais têm denunciado a gravidade do projeto. Em assembleia comunitária de 21 de agosto, deliberou realizar atividades públicas de mobilização permanentes para panfletar, dialogar com a sociedade sobre o tema e reafirmar a posição contrária da UFF - referendada pelo Conselho Universitário do último dia 4 - ao 'Future-se'.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira | Fotos: Luiz Fernando Nabuco

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