Set
09
2019

Senado tenta acelerar reforma que retira quase R$ 1 trilhão das aposentadorias em 10 anos

PEC paralela e novas reformas trabalhista e administrativa ameaçam retirar mais direitos; governo e presidente do Senado tentam antecipar votação da PEC da Previdência no Plenário

Manifestação no Dia Nacional de Greve da Educação, em 13 de agosto, no centro do Rio Manifestação no Dia Nacional de Greve da Educação, em 13 de agosto, no centro do Rio / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), atua para acelerar a tramitação da reforma da Previdência Social. O relatório aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, que será submetido a dois turnos em plenário, não traz alterações que mudem a essência da proposta, que prevê aposentadorias menores e mais inacessíveis, a serem pagas por menos tempo. Nenhuma alteração direcionada a servidores foi introduzida.

A CCJ também votou o parecer da proposta de emenda constitucional paralela, que estende a servidores de estados e municípios mais impactos negativos da proposta. Tramitando com o número 133/2019, ela prevê mais retirada de direitos do que atenua os impactos da proposta principal, a PEC-6. Pode, ainda, abrir caminho para emendas como a instituição da capitalização.

Mais de 90% da "economia" que o governo diz que terá com a reforma sairá dos trabalhadores. Pelo relatório da CCJ, ela está estimada em R$ 870 bilhões, no caso da PEC-6, ou R$ 1,3 trilhão, se somado à PEC paralela.

 

Apesar do cenário difícil, a direção da Aduff ressalta a necessidade de fortalecer o movimento contra as 'reformas'. A luta não terminou e deve ser enfrentada como parte de um pacote que inclui o desmonte das universidade públicas, nova reforma trabalhista, privatizações e reforma administrativa. Com esta última, em elaboração, o governo pretende rebaixar as carreiras, acabar com o RJU e aprovar mecanismos que permitam demitir e reduzir salários - segundo informou à "Folha de São Paulo" o Ministério da Economia. Medidas que podem ser devastadoras para os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores se não houver forte reação.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

 

Manifestação no Dia Nacional de Greve da Educação, em 13 de agosto, no centro do Rio Manifestação no Dia Nacional de Greve da Educação, em 13 de agosto, no centro do Rio / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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