Ago
28
2019

Desvio de quase R$ 1 bi da Educação passa em comissão e ‘pagará’ votos da PEC da Previdência

Comissão de Orçamento aprovou remanejamentos a 4 dias da data anunciada por ministro para o fim de verbas para bolsas do CNPq

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A quatro dias da data anunciada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para o término da verba para bolsas de pesquisas científicas do CNPq  (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o governo federal aprovou na Comissão Mista do Orçamento (CMO) o remanejamento de R$ 927 milhões da Educação para outras áreas. O montante retirado da Educação e de outros setores inclui recursos para pagar emendas parlamentares usadas para ‘convencer’ deputados federais a votar a favor da reforma da Previdência Social.

O remanejamento total de cerca de R$ 3 bilhões foi aprovado na CMO na terça-feira (27). No mesmo dia, o senador Tasso Jereissati divulgou o relatório da reforma da Previdência no Senado, que mantém os cortes de direitos previdenciários votados na Câmara dos Deputados. 

Deputados de oposição criticaram o desvio de recursos da Educação, destacando ser de conhecimento público que boa parte deles está sendo usada para ‘comprar’ votos favoráveis à reforma da Previdência. O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, já declarou, há cerca de dois anos, em vídeo gravado e divulgado na internet, que não há parlamentar que vote a favor da reforma que não fique com fama de vender seu voto - ‘por que todo mundo sabe que é assim’, disse, à época, quando exercia o cargo de deputado federal. 

A comunidade universitária da UFF aprovou, em assembleia, um calendário de atividades contra os cortes orçamentários, pela garantia de verbas pública para a Educação e pela rejeição do Future-se, o programa do governo federal para o ensino superior público. Haverá um ato no Conselho Universitário (CUV) de 4 de setembro, participação nas manifestações do Grito dos Excluídos de 7 de setembro e um protesto em defesa da UFF e contra o Future-se no dia 18 de setembro. A mobilização pela rejeição da reforma da Previdência será levada aos atos de 7 de setembro, de acordo com proposta aprovada pelas centrais sindicais.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

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