DA REDAÇÃO DA ADUFF
Após a manifestação em frente à Faculdade de Direito da UFF, em Niterói, estudantes, técnicos-administrativos e docentes da Universidade Federal Fluminense caminharam em passeata até a Estação das Barcas, no Centro de Niterói. De lá, embarcaram na barca das 16h40 para irem juntos ao ato unificado da greve nacional da educação no Rio. A manifestação na capital fluminense, que reuniu milhares de pessoas em defesa da educação pública e contra a reforma da Previdência, se concentrou na Igreja da Candelária, de onde saiu, já no início da noite, em passeata até a Petrobrás, na Av. Chile.
O ato conjunto realizado na Faculdade de Direito defendeu a universidade pública e gratuita, a aposentadoria e as liberdades democráticas prestando uma homenagem a Fernando Santa Cruz, que estudava nesta instituição quando, em 1975, foi preso pelas forças de repressão e segurança da ditadura comandada pelos generais e apoiada por boa parte do empresariado. Desaparecido, teve o assassinato pelo aparelho repressor da ditadura reconhecido há pouco pelo Estado brasileiro.
Ao longo do ato, a comunidade acadêmica da UFF pediu por liberdades democráticas e honra a memória de Fernando Santa Cruz. Uma bandeira com a foto de Fernando foi estendida na entrada da Faculdade, na rua Tiradentes. Na manifestação, presentes também defendem a abertura dos arquivos da ditadura.
Ao falar no ato, a professora Marina Tedesco, presidente da Aduff-SSind, destacou a necessidade cada vez maior de construir a unidade na resistência e enfrentamento a tantos ataques - como a reforma da Previdência, o programa Future-se, que ameaça a universidade pública, e as posições autoritárias do atual governo, que coloca em risco as liberdades democráticas.
Também ressaltou a importância de lembrar os que foram vítimas da ditadura civil-empresarial-militar e que lutavam pelos direitos da classe trabalhadora. "Atacar o Fernando Santa Cruz é atacar a todos os estudantes, é atacar a toda comunidade uffiana, é atacar a todos os lutadores dos movimentos sociais", disse, ao criticar as declarações do presidente Jair Bolsonaro em relação à família Santa Cruz.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho