Mais R$348 milhões do orçamento do Ministério da Educação foram bloqueados pelo governo federal. O anuncio foi feito no dia 30 de julho, terça-feira, dia seguinte aos representantes dos três segmentos da UFF terem se reunido com a reitoria da Universidade que, categoricamente afirmou que a instituição não tem dinheiro para arcar com as despesas do segundo semestre. Veja mais aqui
Desde o início de 2019, o governo de Jair Bolsonaro, projetou ‘economizar’ R$33,4 bilhões em todo o orçamento público. Em meio a essa política, a Educação foi o setor mais afetado pelo congelamento de verbas públicas, com cerca de R$6,1 bilhões bloqueados.
O novo bloqueio ocorre em meio às discussões e disputas que envolvem o programa “Future-se” – um projeto governista que prevê a reestruturação orçamentária das instituições públicas de ensino superior por uma lógica privatista, estimulando a captação de recursos por meio das parcerias público-privadas e outros métodos que desvirtuam, conforme os movimentos sindicais e organizações da área, o sentido de Educação pública e gratuita.
Para Gustavo Monteiro, admitido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro para cursar o Doutorado em Alimentação/Nutrição, a notícia de novo contingenciamento gerou insegurança. "Desde 2017, fiz a opção de me dedicar à carreira acadêmica. Concluí o mestrado e, logo em seguida, fui aprovado para o ingresso no Doutorado", conta o futuro discente da Uerj, que, por sua colocação no concurso anseia pela possibilidade de fazer jus à bolsa financeira de incentivo à pesquisa científica. "Mesmo sabendo que os valores são limitados e desatualizados, é necessário destacar que as bolsas - como as da Faperj, Capes ou Cnpq - representam um apoio muito importante, ainda mais nas atuais condições do país. Estes cortes em Educação representam uma incerteza muito grande não só para as carreiras acadêmicas mas também para a continuidade de programas [de pós-graduação] que foram criados ao longo de muito tempo e com muito esforço por parte dos pesquisadores envolvidos", complementa Gustavo.
6 de Agosto - Cinelândia, às 17h
Os dias 6 e 13 de agosto serão marcados por protestos em todo o país contra a perda de direitos previdenciários e pelo fim dos cortes em Educação. No dia 6 (terça-feira), está previsto para ser votada em segundo turno, na Câmara dos Deputados, a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que significa a destruição da Previdência social no país. Se aprovada, a proposta de emenda constitucional segue para o Senado. A data será marcada por protestos em todo o país. No Rio de Janeiro, o ato acontece às 17h na Cinelândia. Haverá concentração em Niterói, a partir das 15h, em frente a estação das Barcas (Praça Arariboia) para ida ao protesto.
13 de Agosto - Greve Nacional da Educação
As entidades representativas de estudantes e de trabalhadores da Educação preparam para o dia 13 de agosto (terça-feira) uma Greve Nacional da Educação contra os cortes no setor, o 'Future-Se', e a Reforma da Previdência. O ANDES participa da construção unificada do dia de luta que deve contar com paralisações de 24 horas em todo o país.
Para a presidente da Aduff-SSind, Marina Tedesco, o governo se utiliza de justificativas legais e econômicas para atacar a educação, que por ser o espaço do pensamento crítico, é visto como principal inimigo. “Ele não conseguirá nos destruir. Esse novo corte, somado aos anteriores e à apresentação do Future-se, só irá tornar o dia 13, Greve Nacional da Educação, maior. Vamos dar resposta nas ruas”, disse a docente.
Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil - Em destaque, o Ministro da Educação