Jul
25
2019

Não podemos começar o 2° semestre como se estivéssemos numa situação de normalidade, afirmam docentes da UFF em assembleia

Professores aprovaram calendário de mobilização contra o Future-Se, os cortes na Educação e a Reforma da Previdência, e deliberaram pela convocação de uma assembleia comunitária da UFF no início do segundo semestre letivo

Não estamos numa situação de normalidade e não vamos começar o segundo semestre letivo como se estivéssemos. A afirmação acima resume a tônica dos debates realizados na assembleia geral dos docentes da UFF, que aconteceu na tarde desta quinta (25), em Niterói. Na reunião, os presentes reiteraram o estado de assembleia permanente diante de uma conjuntura de grandes ataques à universidade pública e aos direitos sociais, e aprovaram calendário de mobilização durante o recesso letivo, com adesão aos atos de protestos contra a Reforma da Previdência, no dia 6 de agosto, e à Greve Nacional da Educação, no dia 13.

Os professores presentes na principal instância deliberativa da categoria não pouparam críticas ao Future-Se, projeto apresentado pelo governo federal no dia 17 de julho que mexe radicalmente com o funcionamento da universidade pública federal. Para as e os docentes, o Future-Se é a destruição da Universidade pública e a financeirização de seus ativos, e vem no bojo de tendências avançadas do capitalismo contemporâneo, em grande escala, para a Educação. O projeto prevê, dentre outras coisas, que as instituições passariam a ser geridas por organizações sociais privadas e o orçamento dependente de financiamento privado.

Também debateram a situação da UFF diante dos cortes de verbas e a afirmação do reitor da Universidade de que a instituição pode fechar as portas em Setembro deste ano, se os cortes não forem revertidos. Deliberaram pela adesão à greve nacional da Educação no dia 13 de agosto (terça), pela construção de uma assembleia comunitária na UFF, em conjunto com os estudantes, técnicos-administrativos e terceirizados, no retorno das aulas, e cobraram da Reitoria mais diálogo com a comunidade universitária. 

Ainda reafirmaram posicionamento contrário à proposta de Reforma da Previdência do Governo Bolsonaro, que ainda precisa ser aprovada em segundo turno pela Câmera do Deputados antes de seguir ao Senado. A votação do segundo turno está prevista para 6 de agosto (terça). A data será marcada por protestos em todo o país. Em assembleia, os docentes deliberaram pela incorporação às atividades e atos de rua. Veja abaixo o calendário de mobilização aprovado na assembleia docente.

*Panfletagens articuladas com o Fórum Sindical Popular de Niterói*

26/07 (sexta) – Às 17h, no Terminal de Niterói, contra a Reforma da Previdência.

26/07 (sábado) – Às 9h, no Largo da Batalha, no Campo de São Bento e no Horto.

29/07 (segunda) – Das 17h às 19h, no Terminal de Niterói e nas Barcas. 


*Dias unificados de luta*

06/08 (terça) – Data prevista para a votação em segundo turno do texto de Reforma da Previdência, na Câmara dos Deputados

- Manhã: Concentração no aeroporto para ‘recepção’ dos deputados que estarão se deslocando até Brasília para a votação.
- Tarde: Concentração e panfletagem em Niterói para o ato unificado no Centro do Rio
- Final da Tarde: Ato unificado contra a Reforma da Previdência, no centro do Rio

13/08 – Greve Nacional da Educação, com atos locais pela manhã e ato unificado no Centro do Rio, no final da tarde.