Jul
04
2019

Governo e Maia tentam votar na comissão PEC que elimina diretos da Previdência Social

Sessão de quarta-feira (3) foi estendida até 2h da madrugada na comissão especial que analisa reforma da Previdência na Câmara, apontada pelos sindicatos como o maior corte de direitos previdenciários da história

Sessão da comissão especial da reforma da Previdência no dia 3 de julho: pressa em votar - autor: Pablo Valadares - Agência Câmara Sessão da comissão especial da reforma da Previdência no dia 3 de julho: pressa em votar - autor: Pablo Valadares - Agência Câmara / Pablo Valadares - Agência Câmara

 

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Lideranças parlamentares que defendem a reforma da Previdência Social estenderam a sessão da comissão especial que analisa a reforma até quase 2h da madrugada desta quinta-feira (4) para tentar votar, sem discussão, a nova versão da PEC-6. Texto com alterações foi apresentado naquela mesma noite pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

A sessão foi instalada por volta das 20 horas, após um acordo entre líderes partidários ter sido firmado para votar a proposta. Todos os seis requerimentos de adiamento da votação do texto foram rejeitados por 35 votos e 12 abstenções. Com isso, a pauta ficou liberada para a matéria ser votada a partir da manhã desta quarta, em sessão convocada pelo presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM).

Parlamentares da oposição afirmaram que o governo quer aprovar uma reforma que elimina direitos históricos e que jogará milhões de brasileiros na miséria sem que as novas alterações, propostas naquela mesma noite pelo relator, sejam analisadas. Autor do último requerimento derrubado na comissão, o deputado André Figueiredo (CE), líder do PDT, disse que a história julgará quem está com a razão. “Se nós, que estamos alertando que essa reforma vai jogar ao desespero milhões de brasileiros, ou aqueles que dizem que, após essa PEC, o Brasil vai virar uma ilha da prosperidade”, declarou. 

A confiança, porém, também pode refletir a tentativa de forçar a votação para antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. O presidente da Câmara, que abraçou a proposta do presidente Jair Bolsonaro como se fosse sua, demonstra recear que a votação seja remetida para agosto. Com o grau atual de instabilidade política, o tempo é sempre um aliado dos que lutam para deter projetos como esse, que restringem direitos.

Votação

Parlamentares da oposição prometem atuar para obstruir as votações e adiar a apreciação da proposta para volta do recesso. A campanha nas ruas e nas redes sociais contra a proposta deve continuar. Mobilizações em aeroportos e no Congresso Nacional, locais onde os parlamentares são abordados, estão previstas para os próximos dias. Já para sexta-feira (12) foram convocados um ato unificado em Brasília e manifestações e atividades contra a reforma e em defesa da educação pública nos estados. A iniciativa partiu de entidades estudantis e sindicais da Educação e foi incorporada pelas centrais sindicais. A Aduff-SSind participará da manifestação.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

 

Sessão da comissão especial da reforma da Previdência no dia 3 de julho: pressa em votar - autor: Pablo Valadares - Agência Câmara Sessão da comissão especial da reforma da Previdência no dia 3 de julho: pressa em votar - autor: Pablo Valadares - Agência Câmara / Pablo Valadares - Agência Câmara

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