"A peça didática de Baden-Baden sobre o acordo", de autoria de Bertolt Brecht, será apresentada no próximo dia 8 de julho (segunda-feira), às 19 horas, no Pilotis do Bloco D (Campus do Gragoatá). Esta é uma iniciativa das turmas de "Atividade Cultural - As peças didáticas de Brecht: Teatro Político e Educação", coordenada pelos professores Kênia Miranda e José Rodrigues - ambos da Faculdade de Educação, que celebra os 90 anos da primeira exibição deste espetáculo.

O texto de Brecht aborda as contradições do desenvolvimento das forças produtivas, das tecnologias na sociedade de classes, da pretensão do homem em superar a natureza e até da própria morte ao recontar a fábula inspirada em uma história real.  Em 1927, o aviador francês Charles Nungesser, a bordo da aeronave Pássaro Branco, fracassou ao tentar voar sem escalas de Paris a Nova York. Entretanto, poucos dias depois, um outro piloto partiu de Nova York e foi muito bem sucedido, chegando a Paris sem intervalos ou contratempos. A plateia é convidada a refletir: o homem ajuda o homem? É possível estar de acordo com o curso das coisas?

De acordo com os professores Kênia Miranda e José Rodrigues, “Teatro Político e Educação” é uma Atividade Cultural que acontece desde 2013 na Faculdade de Educação da UFF. 

“Nos últimos dois anos, decidimos trabalhar com uma parte específica da obra de Brecht, as suas peças didáticas, escritas antes de seu exílio forçado da Alemanha, que têm como foco o processo de trabalho, totalmente aberto à experimentação”, explica Kênia. 

De acordo com os coordenadores da atividade, o coletivo que construiu “Baden Baden” é composto por estudantes da graduação dos cursos de Pedagogia, Serviço Social, História, Produção Cultural, Sociologia, Filosofia e Educação Física, por uma mestranda em Filosofia e ainda por colaboradores que conduzem o trabalho de formação musical e confecção de figurinos, Alexandre Velden e Valéria Silva.

“O experimento cênico, além do nosso próprio processo formativo que coloca em perspectiva histórica e de classe em questão, analisa o sentido da arte e a necessidade de socialização dos meios de produção cultural, quer abrir um debate com o público sobre o papel da ciência e do desenvolvimento capitalista hoje quando milhares de desesperados morrem afogados em águas doces, salgadas ou lama”, refletem Kênia Miranda e José Rodrigues.

Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira