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Mai
27
2019

Faixa 'Em Defesa da Educação' é arrancada por manifestantes pró-Bolsonaro de universidade

Ação ocorreu na Faculdade de Direito da UFPR durante os atos a favor de Bolsonaro e da reforma da Previdência e foi criticada nas redes sociais; já a defesa da Educação e da Previdência terá novos protestos dia 30

Manifestantes favoráveis a Bolsonaro arrancam faixa 'Em Defesa da Educação' da fachada da UFPR Manifestantes favoráveis a Bolsonaro arrancam faixa 'Em Defesa da Educação' da fachada da UFPR / Reprodução

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A faixa com os dizeres 'Em Defesa da Educação', pendurada na fachada da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba (PR), não resistiu às manifestações favoráveis ao presidente jair Bolsonaro realizadas neste domingo (26). Ela foi arrancada e destruída por defensores do governo que compareceram ao ato da direita convocado para a capital paranaense.  Filmada por celulares, a ação foi realizada sob incentivo de alguém que coordenava o ato do carro de som e sob aplausos e festiva comemoração de outros participantes da atividade governista.

As imagens de homens arrancando a faixa da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná circulam nas redes sociais. A manifestação integrava os atos a favor do governo e da reforma da Previdência e provocou duras críticas nas redes sociais. A faixa estava estendida no local desde o anúncio pelo governo dos cortes de 30% nos recursos das universidades e institutos federais de educação, que, segundo reitores, podem inviabilizar o funcionamento destas instituições.

Um dos organizadores do ato a favor de Bolsonaro explicou as razões para arrancar e destruir a faixa pela educação pública: "Vamos retirar essa faixa, porque prédio público não pode ser usado de forma ideológica. É Brasil. Nós estamos aqui buscando um Brasil melhor. Não vamos permitir mais isso", disse.

As manifestações pró-Bolsonaro ocorreram em dezenas de cidades do país no domingo (26). Foram nitidamente uma tentativa de responder aos atos que levaram multidões às ruas no dia 15 de maio, em defesa da educação pública, contra a reforma da Previdência e em oposição às propostas do governo Bolsonaro. Os atos do domingo (26), que também tiveram convocações defendendo o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, em geral foram pequenos. Reuniram uma quantidade mais expressiva de pessoas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mas em dimensões muito inferiores aos do dia 15 de maio, algo reconhecido até pelos grandes meios de comunicação comerciais.

Defesa da Educação, contra a reforma da Previdência

Novos protestos nacionais a favor da educação pública e contra a reforma da Previdência Social foram convocadas para 30 de maio. Como será a participação de professoras e professores da UFF será definido na assembleia docente convocada pela Aduff, que terá uma etapa nesta segunda (27), no Gragoatá, em Niterói, e as demais etapas na terça-feira (28).

As manifestações da educação são ainda preparatórias para a greve geral convocada pelas centrais sindicais para 14 de junho. Dez centrais sindicais se uniram para organizar a greve e defender os direitos previdenciários, ameaçados pela PEC-6, a proposta de emenda constitucional que o presidente Jair Bolsonaro quer aprovar no Congresso Nacional.  A greve geral também é ponto de pauta da assembleia descentralizada que os docentes da UFF realizam esta semana.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

 

Manifestantes favoráveis a Bolsonaro arrancam faixa 'Em Defesa da Educação' da fachada da UFPR Manifestantes favoráveis a Bolsonaro arrancam faixa 'Em Defesa da Educação' da fachada da UFPR / Reprodução

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