Mai
09
2019

Docentes da UFF também decidiram parar na greve de 24h da educação no dia 15 de maio

Decisão de participar da paralisação nacional em defesa da educação e contra a reforma da Previdência foi tomada na assembleia descentralizada realizada nos dias 16 e 24 de abril

Universidades, institutos e escolas federais, estaduais e municipais vão parar por 24 horas no dia 15 de maio, em defesa da educação pública e contra a reforma da Previdência Social que o presidente Jair Bolsonaro tenta aprovar no Congresso Nacional.

Na UFF, a categoria docente já aprovou aderir à data nacional de mobilização e também parar no dia 15 por 24 horas. A decisão foi tomada na assembleia descentralizada convocada pela Aduff-SSind e realizada nos dias 16 e 24 de abril.

Atividades

A paralisação terá uma série de atividades nas ruas. No Rio, o ato unificado de toda a educação e de categorias e movimentos que apoiam esta luta começará na Candelária, com concentração a partir das 15 horas. A expectativa é de que a maioria das universidades e institutos federais parem. A mobilização ganhou enorme impulso após o anúncio por parte do governo federal de cortes de 30% em média nos orçamentos destas instituições.

Em Niterói, a Aduff-SSind está organizando o ato "Eu Defendo a UFF", na Praça Araribóia, na qual serão expostos trabalhos desenvolvidos pela comunidade acadêmica na universidade. Quem desejar apresentar o seu projeto deve inscrevê-lo previamente enviando email para a secretaria da Aduff até o dia 10 de maio (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.). A atividade foi incorporada pelo conjunto do movimento de mobilização na universidade na assembleia comunitária realizada no dia 6 último.

Assembleia docente

A assembleia docente na UFF teve seis etapas, realizadas nos campi da universidade nas seguintes cidades: Niterói, Rio das Ostras/Macaé, Angra dos Reis, Nova Friburgo e Volta Redonda, no dia 16, e em Campos dos Goytacazes no dia 24. A etapa de Pádua, embora convocada, acabou não ocorrendo.

Um dos principais pontos de pauta tratou da crise econômica e política, do ajuste fiscal e da situação da UFF. Não havia, ainda, o recente anúncio do Ministério da Educação de mais um corte de 30% nos orçamentos aprovados pelo Congresso Nacional. Mas as avaliações ao longo da assembleia já expressavam um quadro gravíssimo para o funcionamento da universidade e para o desenvolvimento de pesquisa. "Este ponto de pauta carece de avaliação urgente, pois é evidente que os cortes no orçamento da pesquisa e da universidade vêm ocorrendo. Sabemos que eles não aconteceram hoje, da noite para o dia; no entanto, houve rápida intensificação desta política de contingenciamento financeiro para as instituições públicas. Há algum tempo, o Andes e a Aduff fizeram esforço para denunciar o congelamento de investimento em serviços públicos, tal como determina a 'PEC do fim do Mundo'", disse a professora Marina Tedesco, presidente da Aduff, na etapa da assembleia em Niterói.

O agravamento da crise, levou à convocação do ato 'Eu Defendo a UFF', que reuniu no dia 8 de maio todos os segmentos da comunidade acadêmica e se deu com expressivas manifestações em Niterói e nas demais cidades onde a UFF possui campi: Macaé, Campos, Rio das Ostras, Angra dos Reis, Pádua, Volta Redonda e Friburgo.

Com forte repercussão, os protestos foram convocados dentro de um calendário de mobilização que inclui a greve nacional de 24h da educação do dia 15 e a greve geral também de 24 horas que está sendo convocada pelas centrais sindicais para junho.

"Discutimos os graves ataques que a universidade vem sofrendo hoje e a necessidade de, aqui em Angra pelo menos, divulgar as atividades que a universidade faz, para tentar reverter essa imagem [negativa] que esses grupos [de direita] vem espalhando sobre  a universidade", relatou o professor Rafael Vieira, da UFF em Angra dos Reis. O docente disse que os cortes em relação a bolsas, ao pagamento de trabalhadores terceirizados e à infraestrutura já se encontravam num patamar extremamente grave na UFF em Angra. Uma comissão foi formada para organizar a mobilização no campus.

A etapa da assembleia em Angra foi a única que não chegou a votar especificamente a proposta de paralisação, mas debateu e teve acordo com os pontos levantados no texto encaminhado pela direção da Aduff a todas as reuniões.

A professora Elizabeth Barbosa, que integra a direção da Aduff, disse que a paralisação é necessária e a mobilização de toda a comunidade acadêmica imprescindível para reverter nas ruas, em aliança com outros setores, os ataques do governo a direitos como educação e previdência social. "Aqui em Rio das Ostras também votamos pela paralisação no dia 15", relatou.

Na totalização das etapas da assembleia, a adesão à greve de 24 horas da educação convocada para o dia 15 foi não apenas aprovada, como foi destacado a necessidade de levar essa luta às ruas e envolver todos os segmentos da comunidade universitária.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Hélcio Lourenço Filho e Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco - Momento da etapa de Niterói, realizada em abril