Mai
07
2019

Ao cortar verbas, Bolsonaro afeta todos os setores da Educação pública

Política de estrangulamento compromete funcionamento das instituições; ato "Eu Defendo a UFF" está programado para a quarta-feira 8, a partir das 16h, com concentração no Bandejão (Campus do Gragoatá)

Ao cortar verbas, Bolsonaro afeta todos os setores da Educação pública / Luiz Fernando Nabuco/ Aduff

Todos os setores da Educação – da primeira infância à pós-graduação – foram afetados pela política de cortes bilionária do governo Bolsonaro. Ensino, manutenção, construção de escola, transporte, livros didáticos, programas de Alfabetização de Jovens e Adultos, ensino técnico, bolsas para pesquisas acadêmicas (mestrado, doutorado e afins) não escaparam da política de restrição orçamentária do governo da ordem de R$ 7,3 bilhões.  

Há uma semana, o representante do Ministério da Educação, Abraham Weintraub, havia comunicado o bloqueio de 30% dos recursos para a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), além da UFF. Acusou as três instituições de promoverem balbúrdia ao invés de se preocuparem com o desempenho acadêmico e evidenciou que a supressão do orçamento das UFba, Unb e UFF foram motivadas por questões ideológicas.

Apesar de a declaração do ministro ter sido mal recebida por setores da sociedade, o governo de Bolsonaro não só estendeu o contingenciamento de verbas a todas as universidades federais do país como disse que aplicaria os recursos “economizados” na Educação básica - informação que os jornais de ampla circulação desmentiram, evidenciando dados de que o corte de verbas se da em todos os níveis do processo educacional.

Comunidade dos institutos técnicos federais, dos cefets e dos colégios federais, como é o caso do Pedro II, no Rio de Janeiro, tem se mobilizado contra essa política de estrangulamento.

“Balburdia é quando o governo promove um corte criminoso como este”, avalia Carlos Augusto Aguilar Junior, diretor da Aduff e professor de matemática no Coluni – Colégio de Aplicação da UFF.

“Já vínhamos de uma situação de subfinanciamento da educação pelo poder público e isso se torna ainda mais grave, ainda mais rebaixado, pois o orçamento já era insuficiente”, explica Carlos. “A prática governista é descolada do discurso da “pseudo campanha” que ele realizou no período eleitoral do ano passado, alegando que, segundo palavras do Bolsonaro, haveria um "investimento pesado” na educação básica”, problematiza o dirigente sindical.

Ato "Eu Defendo a UFF

Na quarta-feira, dia 8, haverá um ato em defesa da UFF, como parte do calendário de mobilização da comunidade universitária contra a política de desmonte da Educação Pública. O ato partirá às 16h, do Bandejão, em direção ao Centro da cidade.  

A convocação foi reforçada na assembleia comunitária, ocorrida na quadra da Educação Física na segunda 6, quando também se definiu o trajeto do ato e se ratificou o conjunto de atividades do calendário de mobilização.

Para Carlos Augusto, a redução bilionária no orçamento irá inviabilizar o funcionamento das instituições em curto prazo. Citou como exemplo, os constantes atrasos no pagamento de salário dos trabalhadores terceirizados e a dificuldade em honrar as contas de manutenção - - como água e luz – na Universidade Federal Fluminense. “Situação muito triste e grave; existe necessidade real de fazermos movimento de massa para conscientizar comunidade acadêmica e a sociedade. Cadê o dinheiro dos nossos impostos? Está colocado que não é para a educação”, afirmou o docente. “A Paralisação da quarta-feira 15, dia de Greve Nacional da Educação, é super necessária”, considerou.

Eu defendo a UFF - Greve Nacional da Educação 

A Diretoria da Aduff-SSind convida a comunidade da UFF a participar da atividade que reunirá professores, estudantes de graduação e de pós-graduação, na quarta-feira (15). Haverá exposição de trabalhos, na Estação nas Barcas, na Praça Arariboia, no Centro de Niterói, entre 10h e 14h. Neste dia, docentes das esferas municipal, estadual e federal de todo o país estarão paralisados e mobilizados em um movimento que tem sido chamado de “Greve Nacional da Educação”.

A ação da comunidade da UFF na Praça Arariboia objetiva promover a divulgação científica feita na universidade pública federal e reagir aos ataques do governo de Jair Bolsonaro ao setor. Os professores que queiram participar e divulgar a sua produção científica devem enviar mensagem eletrônica até o dia 10 de maio (sexta-feira) para a secretaria da seção sindical (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.). A antecedência é para que a estrutura necessária para viabilizar as exposições possa ser assegurada.

Após a atividade na Praça Arariboia, a comunidade da UFF seguirá para o Centro do Rio conjuntamente para participar de um ato contra a reforma da previdência, que deve reunir estudantes e trabalhadores em educação, entre docentes e técnico-administrativos das redes municipal, estadual e federal.

Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff

Ao cortar verbas, Bolsonaro afeta todos os setores da Educação pública / Luiz Fernando Nabuco/ Aduff