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Mai
07
2019

Diante de cortes orçamentários, UFF Campos se mobiliza para garantir estrutura para funcionamento da universidade

A retirada dos contêineres por falta de pagamento foi adiada para o final de 2019 após grita da comunidade universitária; aluguel dos módulos completa 10 anos como “solução provisória” para atraso nas obras de construção de prédios na universidade – contêineres abrigam mais de 20 salas de aulas, laboratórios e secretarias de cursos

Reunião ampliada do colegiado de Unidade, na quinta (09), na UFF Campos Reunião ampliada do colegiado de Unidade, na quinta (09), na UFF Campos

A notícia de que a empresa responsável pelo aluguel dos três contêineres que integram a estrutura da UFF Campos rescindiria o contrato de locação com a instituição e retiraria os módulos no dia 20 de maio chegou até a comunidade universitária de Campos dos Goytacazes através de documento enviado por email pela Reitoria da UFF e apresentado pelo diretor da unidade, em reunião de colegiado de unidade, na quinta passada (02).

Os três contêineres foram instalados na UFF Campos em 2009, de maneira provisória, até que a construção de dois novos prédios da Universidade fosse finalizada, com data prevista para 2012. As obras até hoje não foram concluídas e estão paradas há pelo menos 6 anos. O que era provisório, se estende por dez anos. Atualmente, os módulos abrigam mais de 20 salas de aulas, laboratórios de pesquisa e secretarias de cursos de graduação e da pós-graduação, sendo responsáveis por grande parte da estrutura da universidade.

Diante da gravidade dos fatos, estudantes e trabalhadores da universidade se mobilizaram. A reunião de colegiado de unidade foi ampliada; transferida primeiro para o auditório da Universidade e depois, por conta da grande mobilização da comunidade universitária da UFF Campos, para o pátio da instituição. À situação também se soma a redução no quadro de funcionários terceirizados na unidade e nas bolsas e auxílios estudantis, resultado da política do governo Bolsonaro de forte contingenciamento orçamentário na Educação federal.

Na reunião ampliada de colegiado de unidade, docentes, técnicos e estudantes formaram uma comissão com representantes dos três segmentos para abrir um canal de diálogo com a Administração da Universidade e com a empresa. A proposta era de que os contêineres fossem mantidos na UFF Campos até o final do ano, e que até lá a Reitoria discutisse com a comunidade universitária de Campos como garantir estrutura mínima para funcionamento da universidade. No entendimento da comunidade universitária, só é possível retirar os contêineres quando houver garantias de que as obras inacabadas serão retomadas e de que pelo menos um dos dois prédios fique pronto.

Na sexta-feira (03), após a grande mobilização da comunidade uffina em Campos, a Reitoria da UFF publicou nota no site da instituição afirmando que havia intensificado as tratativas com a empresa, “e, mesmo em cenário de severa restrição orçamentária, priorizou o pagamento de parte da dívida com a empresa, em detrimento de outras ações, e propôs o reescalonamento do montante total devido”. Com isso, continua a nota, “foi possível resolver a situação e acordar a renovação emergencial do contrato até o final de 2019, visando dar maior tranqüilidade à comunidade para, nesse período, buscarmos coletivamente soluções definitivas para a questão”.

Para a professora do Departamento de Geografia da UFF-Campos, Elis Miranda, a garantia da permanência dos contêineres até o final de 2019 foi uma vitória da mobilização da comunidade uffinana em Campos e faz parte de uma batalha maior para a retomada das obras e construção da estrutura universitária prevista no projeto do REUNI para a UFF de Campos dos Goytacazes.

“Se a instalação dos contêineres em 2009 significou a nossa decadência, a retirada abrupta deles agora seria o nosso fim; iria parar completamente nossas atividades, deixaria mais de 3 mil estudantes sem aula e isso nós não vamos permitir. Continuaremos mobilizados para garantir estrutura universitária adequada para nossas atividades de pesquisa, ensino e extensão, em defesa da universidade pública”, destaca a docente.

A UFF de Campos dos Goytacazes possui cursos de graduação em História, Geografia, Ciências Sociais, Economia, Psicologia e Serviço Social; dois programas de mestrado (Geografia e ‘Desenvolvimento Regional, Meio ambiente e Políticas Públicas) e mais 3 especializações lato-senso.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Lara Abib

Reunião ampliada do colegiado de Unidade, na quinta (09), na UFF Campos Reunião ampliada do colegiado de Unidade, na quinta (09), na UFF Campos

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