Mar
19
2019

Docentes da UFF param por 24 horas na sexta (22), dia nacional contra a Reforma da Previdência

Paralisação de 24h foi deliberação de assembleia geral da categoria realizada na noite desta terça (19), em Niterói

O dia 22 de março, sexta-feira, será de manifestações em todo o país contra a Reforma da Previdência de Jair Bolsonaro. Na UFF, os docentes deliberaram pela adesão às atividades do 22M e pela paralisação de 24h na data; primeiro dia de paralisações, atos e mobilizações nacionais convocados pelas principais centrais do país desde que a PEC-6 da Reforma da Previdência foi enviada ao Congresso.

Em assembleia centralizada em Niterói, os docentes defenderam a paralisação como uma demonstração de que a categoria vai às ruas lutar contra a Reforma da Previdência Social de Bolsonaro e também como uma resposta à altura, logo no início do ano letivo, aos inúmeros ataques do governo aos direitos dos trabalhadores e à Universidade Pública.

No Rio, ato unificado têm concentração prevista para às 16h, na Candelária, de onde os manifestantes devem sair em passeata até a Central do Brasil. Antes disso, às 14h, os docentes da UFF em Niterói se concentram nas Barcas, para promover atividades com técnicos-administrativos da Universidade (que também deliberaram pela paralisação de 24horas) e estudantes.

Às ruas!

Comissões de mobilizações foram formadas a partir da assembleia desta terça e se reunirão na quarta (20) e na quinta-feira (21), na sede da Aduff-SSind, em Niterói, com o objetivo de organizar atividades de agitação e panfletagens para convocar a comunidade universitária e a população a participar das atividades do dia 22 contra a destruição da Previdência e Seguridade Social no país.

As atividades de mobilização acontecerão em três turnos nesta quarta: às 9h, às 14h e 18h, sempre com ponto de encontro na Aduff (Rua Prof. Lara Vilela, 110, São Domingos – Niterói). Na quinta (21), os docentes voltam a se encontrar às 9h e às 18h na Aduff. Ao meio-dia, realizam atividade em conjunto com o Sintuff, no Restaurante Universitário do campus do Gragoatá.

Classificada por especialistas como a pior Reforma da história do país, a proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro condena a maioria da população brasileira a trabalhar até morrer, diminui benefícios previdenciários e aumenta os tempos de contribuição e idade mínima para a aposentadoria (leia mais em: https://goo.gl/PQJEVT).

Na assembleia, os professores também aprovaram que a seção sindical fortaleça atividades locais nos campi da UFF fora de sede e estimule a vinda de docentes e estudantes de outros campi onde não acontecerão atividades. Caso seja necessário, a assembleia autorizou a diretoria da Aduff-SSind a fazer uso do Fundo de Greve. Os docentes presentes na principal instância deliberativa do movimento docente da UFF aprovaram ainda estado de assembleia permanente.

MP 873

Ambas as medidas são precauções diante da MP 873, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 1° de março último, véspera do Carnaval, que redefine os mecanismos de autorização e de arrecadação de contribuições sindicais voluntárias (saiba mais: https://goo.gl/YRS4eF). Embora a seção sindical tenha conseguido liminar na Justiça para assegurar a manutenção do desconto voluntário em folha dos docentes filiados à entidade sindical, a medida é apontada como um ato autoritário contra a liberdade de organização sindical que precisa ser derrubada.

Um de seus objetivos, de acordo com os docentes, é enfraquecer a resistência à reforma da Previdência Social, enviada por Bolsonaro nove dias antes ao Congresso Nacional. A Ordem dos Advogados do Brasil e entidades sindicais nacionais entraram no Supremo Tribunal Federal com ações diretas de inconstitucionalidade contra a MP. Elas estão sob a relatoria do ministro Luiz Fux, que remeteu para os onze ministro do Plenário da corte a decisão sobre o pedido de liminar.

Solidariedade aos trabalhadores terceirizados da UFF

Em assembleia, os docentes da Universidade Federal Fluminense também aprovaram moção de solidariedade aos trabalhadores terceirizados da UFF, que desde o final do ano passado sofrem com atraso nos salários, e apoio à paralisação iniciada por eles no dia 18. Seguindo deliberação da principal instância do movimento docente na UFF, a diretoria da Aduff irá retomar o contato com o movimento dos terceirizados a fim de pensar ações conjuntas e de solidariedade contra os atrasos nos salários.

Da Redação da Aduff | Por Lara Abib

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