Mar
18
2019

Em menos de 3 meses, exonerações expõem crise no MEC

Até permanência de Ricardo Vélez já é posta em dúvida na pasta dominada pela ultradireita

Uma das mais importantes pastas do governo brasileiro, o Ministério da Educação protagoniza mais uma crise. A tensão atual envolve disputa entre militares, quadros técnicos e nomes ligados ao filósofo ultraconservador Olavo de Carvalho – mentor da Família Bolsonaro que, hoje, faz críticas ao governo que ajudou a forjar.

Em sete dias, desde a segunda-feira 11, o ministro Ricardo Vélez exonerou nomeações de seis cargos comissionados e fez 13 alterações no alto escalão do MEC, movimentação noticiada com certo destaque pela mídia comercial.

Além disso, o responsável pela pasta indicou para o cargo de secretária-executiva do MEC Iolene Lima – pastora e ex-diretora de colégio orientado por cosmovisão bíblica. 

A indicação da secretária que defende “educação por princípios” foi anunciada pelo ministro por meio de conta no “Twitter”, rede social preferida pelos representantes do Executivo brasileiro. No entanto, a nomeação de Iolene ainda não foi dada como certa e sequer chegou a ser chancelada pela Casa Civil – condição necessária para a posterior publicação no Diário Oficial da União.

A indicação de Ricardo Vélez para o MEC – colombiano naturalizado brasileiro, teólogo e defensor de uma política de pensamento único para a Educação, nos moldes do que propõem os ideólogos do “Escola Sem Partido” –  é atribuída a Olavo de Carvalho, com quem, agora, estaria divergindo. 

Especula-se, em Brasília, que a permanência de Vélez no ministério dependerá da decisão do presidente, após encontro com Olavo de Carvalho, que mora nos Estados Unidos. Bolsonaro está nos Estados Unidos, para a primeira visita oficial ao país, quando irá se reunir com Donald Trump na Casa Branca, e foi ‘recebido’ por uma manifestação antifascista em Washington.

Da Redação da ADUFF| Por Aline Pereira
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Brasilia-DF

 

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