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Mar
07
2019

8M: Mulheres vão às ruas por direitos, contra a PEC da Previdência e por justiça para Marielle

A Aduff convida para a manifestação no Dia Internacional das Mulheres. Em Niterói, a concentração para o 8M ocorre a partir das 14 horas em frente à Estação das Barcas, na Praça Araribóia, para seguir conjuntamente rumo ao Rio, onde também haverá concentração a partir do mesmo horário. Às 18h, a manifestação segue em caminhada até a Cinelândia.

As mulheres vão às ruas nesta sexta-feira (8) em diversas partes do mundo, em atos organizados para protestar contra todas as formas de violência, machismo, racismo, homofobia e demais opressões de gênero. No Rio, a marcha convocada pelo movimento mundial 8M partirá da Candelária, no Centro da cidade, entre as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. A Aduff convida as professoras e professores da Universidade Federal Fluminense a participar desta manifestação no Dia Internacional das Mulheres. Em Niterói, a concentração para o 8M ocorre a partir das 14 horas em frente à Estação das Barcas, na Praça Araribóia, para seguir conjuntamente rumo ao Rio, onde também haverá concentração a partir do mesmo horário. Às 18h, a manifestação segue em caminhada até a Cinelândia.

A organização pede que as mulheres que tenham algum instrumento levem-no para uma ‘batucada’ – aproveitando o clima de insubordinação das ruas, quando os populares apresentam críticas sociais em meio à folia.  

Não à toa, o mote do protesto do 8M deste ano é “Pela vida das mulheres, justiça por Marielle. Por democracia e direitos. Somos contra Bolsonaro e a Reforma da Previdência”. 

Com o olhar de que “na luta é que a gente se encontra” – assim como diz um dos versos do samba-enredo da Mangueira – o 8M também vai homenagear a vereadora assassinada em 14 de março de 2018, em decorrência de um crime político, sem a devida identificação e responsabilização dos culpados. 

De olho na conjuntura e nas ações dos governantes, as mulheres vão às ruas também contra a reforma da previdência de Jair Bolsonaro, por entenderem que ela representa ameaça aos direitos da aposentadoria dos trabalhadores no Brasil.        

“Perdas são ainda maiores para as mulheres”, diz pesquisadora 

A professora Sara Granemann, da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirma que a proposta de reforma previdenciária apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro é um ataque generalizado à classe trabalhadora, atingindo tanto o setor público quanto privado. Especialista no tema ao qual se dedica há mais de 20 anos, ela atesta que as perdas são ainda maiores para as mulheres.      

“Quando me perguntam quem será mais prejudicado nessa reforma, que atinge a todos os trabalhadores, não tenho dúvidas de dizer que são as mulheres. E há uma hierarquia nisso: dentre as mulheres, a mulheres negras e as mulheres negras do campo serão [as mais prejudicadas]”, avalia. 

8M no mundo

Estão previstas manifestações feministas em todo o mundo nesta sexta-feira, 8 de março. Mundialmente, as mulheres se colocam contra o patriarcado, mas também contra o avanço da extrema direita. 

De acordo com o manifesto publicado no Brasil, as mulheres propõem a paralisação das atividades laborais – inclusive domésticas – como forma à reflexão da sociedade sobre o papel que todas desempenham. “(...) Paramos contra a família heteropatriarcal e o confinamento doméstico, contra a exploração dos nossos territórios, contra o abuso sexual dos homens em posições de poder, contra os feminicídios e travesticídios, contra a criminalização dxs migrantes, contra a clandestinidade do aborto, contra a justiça patriarcal, contra o empobrecimento e endividamento sistemáticos, contra o assassinato das lideranças territoriais, contra o fanatismo religioso e a moralização dos nossos desejos”, diz o manifesto. 

Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira e Hélcio Duarte