Após terem passado as festas de final de ano sem receber o salário de novembro, os trabalhadores terceirizados da Croll Empreendimentos na UFF denunciam que, mais uma vez, não receberam o ordenado em dia. Vigilantes, vigias e funcionários dos setores administrativos da Universidade Federal Fluminense não receberam o valor referente ao mês de janeiro – e que deveria ter sido depositado no quinto dia útil de fevereiro (7).

A alimentação e a passagem foram pagas, o que, na visão de um trabalhador da empresa que não será identificado, tem o objetivo de evitar que eles justifiquem a paralisação das atividades por não terem o valor referente ao deslocamento para o trabalho.  

De acordo com esse mesmo funcionário, há relatos de aluguel e contas atrasadas; outros trabalhadores ainda não puderam comprar o material escolar dos filhos. A angustia partilhada pelos funcionários da Croll é a de não ter quaisquer informações por parte da Universidade ou da empresa acerca do pagamento dos salários.  

Na página institucional da Universidade Federal Fluminense, há informações sobre a reunião da Gestão Compartilhada da Crise Orçamentária, com a participação dos pró-reitores, superintendentes e diretores de unidades acadêmicas, ocorrida no dia 6 de fevereiro. A notícia informa que “o congelamento nos repasses do governo federal, agravado pela Emenda do Teto dos Gastos, gerou um descompasso entre os gastos de custeio e o montante necessário para o funcionamento das universidades federais”. No entanto, nada é dito sobre as possíveis contas em atraso na UFF e não há menção a questão dos funcionários terceirizados.

“Nas últimas semanas, a Reitoria e as pró-reitorias de Administração e de Planejamento vêm estudando profundamente a situação de cada contrato e dos gastos de custeio da UFF. O pente fino visa identificar pontos mais suscetíveis a enxugamentos”, informa a notícia na página da Universidade.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco (Arquivo)