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Nov
27
2018

Grafite pinta DCE pela democracia no 1º dia da Mosca na UFF

Na tarde dessa terça-feira (27), um grupo de aproximadamente dez artistas grafitam as paredes do prédio do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal Fluminense/ DCE Fernando Santa Cruz, com o objetivo de revitalizar o espaço e expressar a força da arte em defesa das liberdades democráticas. A ação é fruto da 1ª edição da MOSCA – Mostra de Cultura e Arte pela Democracia, que ocorre nos dias 27 e 28 de novembro, no campus do Gragoatá da UFF e na sede do DCE, no Centro de Niterói.

O evento surgiu a partir das reuniões da Frente Antifascista da UFF, criada em novembro, que é espaço de caráter permanente que reúne a comunidade na luta pela democracia, em defesa da universidade pública e contra o fascismo. A Frente Antifascista conta com a participação da Aduff, do Sintuff e do DCE.

“O DCE UFF tem histórico da utilização da arte como resistência no momento em que a Democracia está sendo atacada”, disse João Victor – aluno de História e Diretor da Pauta da LBGT do DCE.

De acordo com João, a MOSCA tem o objetivo de resgatar o papel histórico dos festivais dos anos 70, quando Caetano Veloso e Novos Baianos, entre outros artistas, se apresentaram no palco do DCE, mas principalmente de problematizar o tempo presente diante da difícil conjuntura. “Relembraremos o função da arte na resistência ao ataque à Democracia”, disse. “Na primeira edição da MOSCA, priorizamos trazer manifestações da cultura popular que foram historicamente rejeitadas – como o samba, o rap, o grafite e o slam – para pensar a realidade”, complementou.

A sede do DCE Fernando Santa Cruz é a maior da América Latina, se comparada ao espaço físico dos outros diretórios acadêmicos. As paredes dos cinco andares contam a História de quem atravessou o golpe civil-militar de 31 de março de 1964, inclusive a do jovem estudante de Direito, desaparecido na década de 1970 pelas forças repressoras do Estado, que dá nome ao DCE.

O espaço abrigou estudantes que se esconderam da perseguição à época da ditadura; promoveu eventos de contracultura, recebendo artistas que ousaram desafiar o sistema. Ao longo do tempo, o prédio – monumento que guarda o legado de uma dada época que alguns teimam em silenciar da memória coletiva – resiste.

Amanda, estudante de Artes da UFF, conta que decidiu participar da MOSCA, principalmente após ver que uma das propostas da atividade era revitalizar e resgatar a sede do DCE como um espaço de resistência. “É um lugar que conheço desde antes de entrar na UFF e que não é um espaço 100% utilizado como deveria ser”, avaliou.  

A abertura oficial do evento acontece na noite de terça (27), no teatro do DCE, com debate sobre democracia e cultura e com a inauguração da ‘Galeria de Arte Fernando Santa Cruz’, que contará com exposição permanente sobre a história da resistência UFFiana durante a ditadura. A programação completa da Mostra será divulgada em breve e pode ser acessada a partir da página do evento, em https://goo.gl/LrZDKH

Da Redação da ADUFF 
Foto: Luiz Fernando Nabuco

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