DA REDAÇÃO DA ADUFF
O Diário Oficial da União publicou, nesta quarta-feira (21), a nomeação do professor Antonio Cláudio da Nóbrega como reitor da Universidade Federal Fluminense, para exercer mandato de quatro anos. A demora do presidente Michel Temer em assinar a nomeação do candidato mais votado no processo eleitoral que envolveu docentes, técnicos e estudantes vinha gerando preocupação na comunidade acadêmica. Preocupação reforçada pelas já conhecidas críticas do presidente eleito, Jair Bolsonaro, aos processos democráticos de escolha de reitores nas universidades públicas federais.
A presidente da Aduff-SSind, professora Marina Tedesco, a Nina, destaca que a nomeação acata a decisão da maioria da comunidade acadêmica e ressalta a necessidade de a universidade estar permanentemente mobilizada para assegurar a sua autonomia e defender a democracia interna. A Aduff-SSind também defende o fim da lista tríplice, apontada como uma porta aberta para o desrespeito à democracia e à autonomia.
Já em junho deste ano a seção sindical do Andes-SN na UFF divulgou nota que levantava essa preocupação e defendia a democracia na universidade. "A defesa da autonomia universitária é um princípio da Aduff-SSind e do Andes-SN. Na greve realizada em 2015, um dos pontos da nossa pauta de reivindicações era a revogação da Lei Federal 9192/1995, que exige a constituição de lista tríplice e possibilita ações antidemocráticas e o desrespeito à autonomia universitária", diz trecho da nota, que reafirmava "a necessidade de que a escolha feita pela maior parte da comunidade acadêmica nas eleições para a Reitoria da UFF seja respeitada".
Autonomia sob ataque
Nos últimos meses, as universidades públicas vêm sendo alvos ainda de movimentos conservadores de extrema direita, contrários às liberdades de cátedra, de pensamento e de manifestação. A três dias do segundo turno das eleições, cerca de 20 decisões de juízes da Justiça Eleitoral determinaram a proibição de debates, assembleias e exposições de faixas que abordassem o fascismo e a conjuntura do país. As decisões foram duramente criticadas pelas entidades sindicais e, pouco depois, revogadas pelo Supremo Tribunal Federal.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho