DA REDAÇÃO DA ADUFF

A ampla maioria dos docentes que compareceram à assembleia geral descentralizada, convocada pela Aduff-SSind para os dias 23 e 25 de outubro, reafirmou a necessidade de lutar e participar das frentes em defesa das liberdades democráticas, diante das ameaças de retrocessos que estão colocadas, e da campanha “Ele não”, que movimenta milhões de pessoas hoje no Brasil.

A assembleia descentralizada foi realizada em sete cidades das nove nas quais a Universidade Federal Fluminense atua: Niterói, Santo Antônio de Pádua, Campos dos Goytacazes, Angra dos Reias, Rio das Ostras (que recebeu os docentes de Macaé), Nova Friburgo e Volta Redonda.  

A preocupação com o momento político, a ameaça do que o resultado eleitoral possa representar para as liberdades civis e democráticas, para os direitos trabalhistas e previdenciários e para as chamadas minorias, foi ressaltada em todas as etapas da assembleia. 

"A gente tá falando de um movimento político que caminha para criar, com base forte entre os militares, um partido de natureza fascista”. “A gente tá falando de um movimento que explicita um ódio à diferença, um ódio a todas as minorias e maiorias oprimidas da sociedade brasileira, a gente tá falando de um movimento político que explicita que, no poder, cerceará, senão bloqueará completamente, as garantias democráticas pelas quais a gente lutou nas últimas décadas no Brasil", disse o professor de História da UFF Marcelo Badaró, na etapa de Niterói da assembleia, que ocorreu no dia 23 no campus do Gragoatá. 

"É óbvio que o regime democrático, tal como ele existe hoje, não é a  democracia [como queremos], mas as poucas conquistas democráticas que a classe trabalhadora arrancou das classes dominantes do Brasil são fundamentais, porque é nelas que a gente pode conseguir ser a oposição de qualquer governo. O que está se colocando diante da gente é a ameaça de que a gente não tenha nenhuma condição de ser a oposição, de que a gente vai, como o candidato explicitou num discurso para o público em São Paulo, no domingo, que a gente vai ter duas opções: o exílio ou a cadeia. Mais do que isso. Tem uma terceira, que é a mobilização de milícias privadas, que estão aí na rua atuando violentamente pra acabar com a vida da gente, é isso que tá colocado diante do horizonte", disse o docente.

A resolução aprovada ressalta, mais uma vez, a autonomia e a independência do sindicato, tanto da seção sindical Aduff-SSind quanto do Andes-Sindicato Nacional, diante de partidos, governos e administrações públicas. 

O ponto polêmico da assembleia foi a posição diante da indicação de participação em frentes suprapartidárias a favor da chapa composta por Fernando Haddad e Manuela D'Ávilla. O adendo à proposta, no entanto, acabou rejeitado na contagem final de todas as etapas da assembleia.

Cerca de 70 professoras e professores participaram da assembleia. Foram 58 votos a favor da consiga “Contra o fascismo, em defesa da democracia: Ele não” e dois votos a favor da consiga "Contra o fascismo, em defesa da democracia". No debate sobre a seção sindical indicar a participação em frentes suprapartidárias antifascistas e pró-Haddad e Manuela, 24 docentes se manifestaram favoravelmente, enquanto 34 recusam o adendo. Dois docentes se posicionaram por uma resolução que indicava diretamente o voto na chapa Haddad e Manuela. Houve ainda três abstenções nessa votação.

Veja, a seguir, como foi a votação em cada etapa da assembleia:

Niterói: 29 votos a favor da consiga “Contra o fascismo, em defesa da democracia: Ele não” e pela indicação de participação em frentes suprapartidárias antifascistas; 20 votos pela inclusão do adendo de participação em frentes suprapartidárias antifascistas e pró-Haddad e Manuela; 9 votos pela não inclusão do adendo; duas abstenções;

Angra dos Reis: 4 votos a favor da consiga “Contra o fascismo, em defesa da democracia: Ele não” e pela indicação de participação em frentes suprapartidárias antifascistas e pró-Haddad e Manuela; 2 votos pela indicação do voto na chapa Haddad e Manuela;

Rio das Ostras: 10 votos a favor da consiga “Contra o fascismo, em defesa da democracia: Ele não” e pela indicação de participação em frentes suprapartidárias antifascistas;

Pádua: 5 votos a favor da consiga “Contra o fascismo, em defesa da democracia: Ele não” e pela indicação de participação em frentes suprapartidárias antifascistas.

Friburgo: 2 votos a favor da consiga “Contra o fascismo, em defesa da democracia: Ele não” e pela indicação de participação em frentes suprapartidárias antifascistas; 1 voto pela consigna "Contra o fascismo, pela democracia";

Volta Redonda: 8 votos a favor da consiga “Contra o fascismo, em defesa da democracia: Ele não” e pela indicação de participação em frentes suprapartidárias antifascistas; 1 voto pela consigna "Contra o fascismo, pela democracia", e uma abstenção;

Campos dos Goytacazes: Houve o debate, mas os professores decidiram não votar a posição da assembleia sobre os temas.

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