O "Encontro Nacional do Andes-SN, sobre a carreira EBTT e Ensino Básico das Instituições Estaduais de Ensino Superior" - que acontece nos dias 20 e 21 - teve início na manhã de sábado, recebendo docentes de todo o país, de 18 seções sindicais. As atividades foram realizadas no auditório do Colégio de Aplicação da UFF (Coluni), em São Domingos, Niterói.
A mesa de abertura foi composta por Magda Furtado, representando o Sinasefe; Roseneide Freitas, pela Regional do Andes-SN no Rio de Janeiro; Isabella Pedroso, pela Aduff; Eblin Farage, pela Direção Nacional do Andes-SN. Todas avaliaram que a atual conjuntura exige unidade na luta contra o fascismo que avança na sociedade brasileira.
"Estamos ameaçados em nossa existência, em nossa liberdade. Temos medo, mas não vamos paralisar nossa atividades", disse Magda, que atua no Colégio Pedro II, e saudou o evento como expressão de resistência.
Em seguida, Roseneide Freitas, docente do Cap da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, enfatizou a importância em reafirmar o compromisso do Sindicato Nacional com a Educação Pública, pautada no pluralismo de ideias, no combate ao racismo, machismo e lgbtfobia. "Por mais que tenhamos o resultado que muitos de nós esperamos nas urnas, nada estará dado. Teremos que estar na luta para revogar a reforma do ensino médio, a reforma trabalhista e a Emenda Constitucional 95 [a do teto dos gastos públicos]", disse a diretora da Regional do Andes-SN no Rio de Janeiro.
Contra a precarização
Pela Aduff, seção sindical anfitriã, Isabella Pedroso contextualizou o surgimento do Colégio de Aplicação da UFF - Coluni e explicitou alguns embates dos professores por melhoras condições de trabalho na instituição precarizada.
Como consequência desse processo, em 2014 foi feito o primeiro concurso para o colégio e para a creche da UFF, levando à contratação de cerca de 20 professores, número aquém do necessário mas que significa uma vitória para a comunidade.
"O Coluni foi federalizado pela UFF em 2007, mas até o momento não temos assento nos órgãos superiores da Universidade; somos um apêndice da ProGrad [pró reitoria de graduação]", disse a diretora da Aduff. "Estamos felizes que vocês estejam construindo essa história conosco", complementou.
"Permaneceremos nas ruas"
"Não estamos em cima do muro, estamos do lado que sempre estivemos: contra qualquer projeto fascista que retire direitos, que ameace nossa existência", disse Eblin Farage, representando a diretoria nacional do Andes. Ela reafirmou a defesa da classe trabalhadora pela manutenção da Democracia.
Disse ainda que a luta histórica do sindicato, nas últimas quatro décadas de existência do Andes-SN, tem sido em defesa da educação pública referenciada.
A docente destacou a necessidade de continuar lutando pela carreira única do Andes-SN, que garanta, de fato, isonomia salarial e de direitos entre todos os docentes.
"Nossa existência e sobrevivência física e institucional vai depender da nossa capacidade de reação.
Temos que criar a unidade necessária para fazer os enfrentamentos, cuidar e defender as nossas instituições", afirmou.
Segundo Eblin, há um golpe institucional apoiado pela burguesia e sociedade, a ascensão de um projeto fascista legitimado pelo voto direto, cujas repercussão talvez ainda não tenha sido dimensionada pela sociedade", problematizou.
Ato pela democracia e pela vida das mulheres
Os docentes presentes no encontro do Andes-SN sobre EBTT vão ao ato pela democracia e pela vida das mulheres que acontece nesse sábado (20). A concentração é a partir das 15h, na Cinelândia. A diretoria da Aduff-SSind estará presente e convida toda a categoria a se somar à manifestação.
Da Redação da Aduff | Por Aline Pereira
Fotos: Luiz Fernando Nabuco