Set
26
2018

Intensificação do trabalho docente e pós-graduação são debatidos em atividade da Aduff

A segunda mesa do evento -'Educação Pública e Pós-Graduação: desafios e perspectivas' - contou com a participação dos docentes Eduardo Pinto e Silva (UFSCar) e Lalo Watanabe Minto (Unicamp)

 

"Intensificação do trabalho docente e o modelo da pós-graduação brasileira", com a participação dos docentes Eduardo Pinto e Silva (UFSCar) e Lalo Watanabe Minto (Unicamp), foi a segunda mesa do evento 'Educação Pública e Pós-Graduação: desafios e perspectivas', organizado pela Aduff-SSind. A atividade foi realizada em duas sessões no dia 25 de setembro. 

No turno da manhã, teve como tema "A crise no financiamento da educação pública: o panorama da pós-graduação". Contou com a presença dos palestrantes Emerson Duarte Monte (professor da Uepa e integrante da diretoria do Andes-SN) e Simone Silva (técnica-administrativa e coordenadora de Extensão do Núcleo de Bioética e Ética Aplicada - Nubea da UFRJ). 

De acordo com Eduardo Pinto e Silva, as regras que ditam a pós-graduação brasileira podem ser caracterizadas pela tríade produtivista, gerencialista e privatista – situações que levam ao adoecimento dos professores e dos alunos. Para ele, as políticas do governo federal para a promoção da produção do conhecimento estão a reboque da Economia e do Mercado, em meio a um cenário de precarização do trabalho. A situação tem se agravado ainda mais, nos últimos anos, a partir do projeto de expansão aligeirada e desigual das universidades públicas, a exemplo do modelo do Reuni – tal como aconteceu com a UFF, que hoje tem sete campi fora da sede, em Niterói. O crescimento da Federal Fluminense nesse contexto foi objeto de análise durante o pós-doutoramento que o docente realizou na Uerj. 

Ao encontro de Eduardo, o último palestrante do evento, Lalo Minto, avaliou que o produtivismo tem tornado os intelectuais acadêmicos previsíveis e programáticos.  O docente usou o termo “fetichismo da produção” para criticar a ênfase dada à quantidade de publicações – muitas vezes repetitivas – e menos à da qualidade de artigos, papers e afins.

A “moeda Lattes” explica, por exemplo, porque há cerca de 37 mil grupos de pesquisa amparados por agências de fomento e, entre os anos de 2013 a 2016, a publicação de 850 mil artigos em periódicos qualificados.

Para Lalo Minto, o Estado é um fiador do capital, torna-se o elemento que possibilita a perpetuação e a reprodução desse tipo de relação que estimula um individualismo concorrencial.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Aline Pereira 
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind

Additional Info

  • compartilhar: