Jul
05
2018

Contra cortes na Ciência, Aduff convida para atividades de popularização dos saberes nos dias 8 e 12 de julho

Em parceria com a SBPC, a seção sindical dos docentes da UFF participa de atividade na Quinta da Boa-Vista no domingo dia 8; no dia 12 (quinta-feira), sindicato promove o “Ciência na Praça”, em Niterói

“A conjuntura para a Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil passou do estágio de grave para gravíssimo com os severos cortes aplicados nestes dois últimos anos de "Governo" Temer”, disse Jairo Selles, docente da Faculdade de Educação da UFF, ao comentar a falta de investimentos no setor. Da previsão inicial de R$5,8 bilhões para área, apenas R$3,3 bilhões foram liberados pelo governo federal desde o início deste ano. Para o docente, é necessário que os pesquisadores unam-se contra o desmonte da produção científica no país e que mobilizem a população para a importância do tema. Ele convida a comunidade universitária para as duas atividades pensadas para dialogar sobre o assunto com a sociedade, promovendo a popularização da ciência para o grande público.

A primeira delas – uma parceria com a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e outras entidades civis – ocorrerá no próximo domingo, dia 8 de julho, na Quinta da Boa-Vista. É o ‘Ciência na Quinta’, que acontece no dia em que a SBPC completa 70 anos, data em que também se comemora o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador. O evento será em frente ao Museu Nacional, das 10h às 14h.

Já no dia 12 de julho (quinta-feira), com igual propósito, a Aduff promove com professores da Universidade Federal Fluminense o ‘Ciência na Praça’, das 14 horas às 18 horas, em local ainda a ser definido, em Niterói. Os professores que queiram participar e divulgar a sua produção científica devem enviar mensagem eletrônica até o dia 8 de julho próximo para a secretaria da seção sindical (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

“A presença da ADUFF - SSind reveste-se de fundamental importância neste contexto porque temos um acumulado de lutas nestes 40 anos de existência contra os cortes na Educação, na Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica, fazendo mobilizações e realizando – ao longo dessas quatro décadas -- vários eventos de "Universidade na Praça" com os nossos colegas dos sindicatos da UFRJ, UFRRJ, da Uni-Rio, da UERJ e outros”, disse Jairo Selles, que também é diretor da Aduff (biênio 2018-2020) e um dos expositores no evento. 

O docente apresentará o trabalho intitulado “Jogos Estratégicos de Diferentes Culturas - africanos, indígenas e orientais”. Defende que o pensamento estratégico é fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade, e é essencial também para as atividades científicas e tecnológicas. “Talvez nem possamos falar em cidadania sem o estímulo e desenvolvimento do pensamento estratégico”, problematizou Jairo, que promete ensinar ao público como fazer esses jogos com material reutilizado, de custo zero ou de baixíssimo custo, com sementes e galhos de poda para escolas rurais. “Vamos discutir uma proposta para o desenvolvimento do pensamento estratégico para as diversas faixas etárias e interesses, desafiando o público também com quebra-cabeças espaciais”, afirma.

Jairo entende que estar na praça e conversando com as pessoas é uma forma de lutar contra o que está posto pela atual conjuntura: o desmonte da infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento do país com desastroso  reflexo sobre a economia nacional a curto e médio prazo.

Segundo o docente e diretor da Aduff, os cientistas brasileiros "inovam" com frequência ao terem que se adaptar à necessidade de cortar custos em seus laboratórios; adaptar materiais; ratear as despesas para compra de reagentes e outros insumos; custear a participação em congressos e outros eventos na área; pagar as instituições científicas às quais se filiam. Essa situação, somada ao processo que visa ao desmonte das instituições públicas de fomento à Ciência, tem levado, na opinião dele, à fuga de cérebros, já que muitos pesquisadores têm recorrido às instituições estrangeiras para produzir Ciência; à desmotivação e à perda da atratividade da carreira. “No Brasil, ser cientista passa a não ser valorizado socialmente”, analisa.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira