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Jun
27
2018

'Vidas nas favelas importam', dirá protesto nesta quinta (28) no Rio

Manifestação convocada por movimentos sociais e outras entidades civis após mortes na Maré tem concentração a partir das 16h, na Cinelândia; Aduff apoia e participará

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

"Vidas nas favelas importam". É assim que está sendo convocada manifestação para esta quinta-feira, a partir das 16 horas, no Centro do Rio, com concentração na Cinelândia.

Convocado por entidades dos movimentos sociais, das favelas e periferias, sindicatos e partidos de esquerda, o ato é motivado pelas recentes operações da Polícia Militar e do Exército no Complexo da Maré - que levaram à morte de pelo menos sete pessoas. A Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF) apoia a mobilização, estará presente ao ato e faz um chamado aos professores e a toda comunidade universitária a participar.

A manifestação, que contesta a intervenção das forças militares no Estado do Rio de Janeiro, articula a reação de setores que historicamente são vítimas da violência do Estado, em todas as suas vertentes, nos bairros populares e comunidades. "As favelas e periferias brasileiras sempre sofreram com a violência do Estado em suas várias formas: no sucateamento dos serviços públicos (saúde, saneamento, educação), além do transporte caro e de péssima qualidade, que dificulta o acesso e a produção de cultura e lazer. O Estado só se faz presente na forma de repressão, através do aparato policial nos nossos territórios", diz trecho da convocação.

A mobilização faz críticas à política de segurança no estado e no país. "Em fevereiro deste ano, Michel Temer, um dos chefes da maior facção criminosa do Brasil (PMDB), decretou uma intervenção federal militar no Rio de Janeiro e, apesar de vermos carros do exército em alguns lugares privilegiados da cidade, sabemos onde esta intervenção mostra sua face mais cruel: nas favelas. Na mira dos fuzis o povo negro das favelas e periferias não está seguro, tem suas vidas criminalizadas e colocadas em risco onde quer que esteja, até na escola", afirma o texto, que questiona os reais motivos dessa intervenção:

"A licença para matar concedida pelo Estado através da 'guerra às drogas' nos condena à morte cotidianamente, mas uma pergunta se faz necessária: por que o governo federal precisa intervir em nossos territórios se não fabricamos armas nem drogas? Será que a guerra é às drogas mesmo?", indaga.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

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