Mai
25
2018

Aula-ato na UFF reúne comunidade universitária contra o golpe de 2016

Atividade promovida pela Aduff em parceria com a Ciência Política da UFF reuniu os professores Luís Miguel (UnB) e Carlos Zacarias (UFBA)

Aula-ato sobre o "Golpe de 2016", na UFF no Gragoatá, na atividade realizada pela Aduff em parceria com a Ciência Política Aula-ato sobre o "Golpe de 2016", na UFF no Gragoatá, na atividade realizada pela Aduff em parceria com a Ciência Política / Luiz Fernando Nabuco - Aduff

DA REDAÇÃO DA ADUFF

“O golpe não foi, o golpe está sendo”, afirmou o professor Gustavo Gomes, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff-SSind), na tarde desta quinta-feira (24), na abertura da aula-ato “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia”, no auditório do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (Ichf), no campus do Gragoatá, em Niterói.

Professores, estudantes e técnicos administrativos compareceram à atividade, que teve como palestrantes os professores Luís Felipe Miguel e Carlos Zacarias - respectivamente atuantes na Universidade de Brasília e na Universidade Federal da Bahia. Também participaram professores que ofereceram cursos que abordam o tema na UFF. O evento foi fruto de uma parceria entre a Aduff-SSind e a Ciência Política da Universidade Federal Fluminense. Luís Felipe foi o idealizador da disciplina na UnB e, desde o anúncio do programa didático, foi ameaçado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, que contestou a legalidade do curso. Zacarias foi, recentemente, intimado a depor por oferecer disciplina similar na UFBA.

Coube ao presidente da Aduff apresentar os convidados e dar início ao debate. “A tentativa de intimidação contra os professores, em vez de intimidar, reforçou os cursos sobre o golpe e a resistência nas universidades”, disse Gustavo. “Discutir o golpe não é fazer uma avaliação sobre o governo Dilma e os anos do PT, é discutir a Constituição de 1988 que está sendo jogada no lixo, rasgada, por esse governo ilícito que não foi eleito por ninguém”, afirmou, ao criticar o presidente Michel Temer (MDB) e os ataques aos direitos trabalhistas, previdenciários, sociais e à educação pública. 

Ao longo do debate, que teve transmissão ao vivo pela TV Aduff na rede social Facebook, debatedores e platéia destacaram a importância da resistência construída nas universidades públicas ao que aconteceu em 2016, com o impeachment da então presidente Dilma, e aos movimentos conservadores e reacionários que crescem na sociedade. “Não estou dizendo que vamos mudar o mundo e derrotar o golpe a partir da universidade, mas foi importante sairmos dessa zona de conforto”, disse Carlos Zacarias.

O professor Luís Miguel, que inaugurou os cursos oferecidos nas universidade públicas em torno do tema, disse que o governo que assume o poder a partir do golpe de 2016 acelerou as políticas que eliminam direitos dos trabalhadores e tem as universidades públicas como alvos de seus ataques. “”A Universidade de Brasília está ameaçada de fechar no segundo semestre desse ano porque não tem condições de se manter devido aos cortes orçamentários [decorrentes] da Emenda Constitucional 95”, disse, sobre a reforma que congelou os orçamentos primários da União por 20 anos.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho e Aline Pereira

*Acompanhe, nos próximos dias, a cobertura completa do debate.

Aula-ato sobre o "Golpe de 2016", na UFF no Gragoatá, na atividade realizada pela Aduff em parceria com a Ciência Política Aula-ato sobre o "Golpe de 2016", na UFF no Gragoatá, na atividade realizada pela Aduff em parceria com a Ciência Política / Luiz Fernando Nabuco - Aduff