Abr
30
2018

Após três dias de debate, 2° Encontro de Docentes termina com socialização dos grupos de trabalho

Plenária de encerramento encaminhou duas propostas de notas para a diretoria da Aduff-SSind apreciar; uma em repúdio aos ataques a tiros ao acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, e outra em defesa da laicidade na Universidade pública

Plenária de encerramento do evento organizado pela Aduff-SSind Plenária de encerramento do evento organizado pela Aduff-SSind

Terminou no início da tarde deste domingo (29) o 2° Encontro de Docentes da UFF. A atividade organizada pela Aduff começou na noite de sexta (27), no Hotel San Moritz (estrada Teresópolis-Friburgo). Na plenária final, os docentes apresentaram a síntese dos debates realizados nos grupos de trabalho*, na tarde de sábado (28). A relatoria completa de cada grupo e a data da próxima reunião dos GT serão divulgadas, em breve, nas mídias do sindicato.

Após a apresentação das relatorias, a mesa abriu para mais intervenções dos docentes. Entre as propostas de encaminhamento, os participantes do Encontro aprovaram duas sugestões de nota para a diretoria da Aduff-SSind apreciar- o 2° Encontro de Docentes da UFF não é deliberativo. Uma em repúdio aos ataques sofridos pelos militantes acampados em Curitiba (acampamento Marisa Leticia), que promovem vigília no local onde o ex-presidente Lula se encontra preso e outra em defesa da laicidade na universidade pública, em razão do tumulto ocorrido durante o evento "Feminismo e o design de Deus para a mulher", de Sara Winter, na sexta (27), no campus do Gragoatá, na UFF. Relatos dão conta de que Winter chegou à universidade cercada de vários guarda-costas armados de cassetetes, sprays de pimenta e socos-ingleses e de que eles agrediram estudantes que protestavam contra a realização da palestra da Sara Winter, conhecida pelos ataques aos movimentos de lutas das mulheres e pelo discurso de ódio.

A ideia é que a diretoria da seção sindical finalize os textos, publique e dê divulgação às notas com o conteúdo aprovado no Encontro.

Para a professora do Colégio Universitário Geraldo Reis (Coluni-UFF) e diretora da Aduff-SSind, Kate Paiva, o 2° Encontro foi proveitoso para debater as pautas locais num espaço mais tranquilo. "Poder debater e acumular sobre as pautas internas com tranquilidade, num encontro de três dias, falando sobre as questões internas da universidade e do movimento docente, mas articulando com a conjuntura nacional e com essa possibilidade de estar com nossos familiares foi fundamental. Na conjuntura que a gente está de tantos ataques, poder contar com esses lugar fortalece a gente não só em termos de análise política, mas também de afeto, de estar entre nossos pares e nossos ímpares pensando nossos acordos e diferenças para construir o enfrentamento com unidade".

Mãe de Jorge e Chico, Kate ressalta que "a política é um lugar muito difícil para a mulher que tem filho". "A gente está historicamente sobrecarregada com essa tarefa de cuidar das crianças, poder vir para cá e saber que nossos filhos estão perto, bem cuidados e a gente poder estar se dedicando às atividades do sindicato com essa tranquilidade isso é muito bacana", reitera. O 2° Encontro de Docentes da UFF contou com espaço de recreação infantil no período da manhã, tarde e noite.

Para a professora do Departamento de Geografia da UFF-Campos, Elis Miranda, espaços como o 2° Encontro de Docentes não são só importantes como necessários e os debates feito no evento precisam repercutir nos institutos, departamentos e semanas acadêmicas. "A gente vem acompanhando uma série de ataques à universidade pública e à autonomia universitária, especialmente nos institutos e campi da UFF no interior. Temos visto acontecer intervenções de outras instituições, do ministério público federal, da polícia federal, das igrejas e de movimentos religiosos que estão tentando ocupar esses espaços. Diante disso, é urgente o debate que fizemos no Encontro de qual é o papel da universidade e o que ela representa na sociedade que a gente vive, na formação profissional, na formação de novos sujeitos e na formação de cidadãos críticos. Existe um movimento que busca deslegitimar aquilo que nós fazemos dentro da universidade, nossa autonomia para realizar eventos, apresentar os resultados da nossas pesquisas. É preciso preservar esse espaço como um espaço público de pensamento crítico e resguardar a autonomia universitária", pontua.

*Grupos de Trabalho: Comunicação e Artes; Carreira; Ciência e Tecnologia; História do Movimento Docentes; Política Agrária, Urbana e Ambiental; Classe, Etincorraciais, Gênero e Diversidade Sexual; Política Educacional; Política e Formação Sindical; Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria; Verbas.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Lara Abib
Fotos: Luiz Fernando Nabuco

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