Fev
15
2018

Aduff participará de ato contra a PEC da Previdência, na segunda-feira (19), dia nacional de mobilização contra perda de direitos

Concentração é a partir das 16h, na Candelária, com marcha até a Cinelândia. Ato é organizado por frentes e centrais sindicais que pedem aos participantes para vestirem preto em alusão à "morte" da aposentadoria. 

A Aduff-SSind estará presente em manifestação que acontece 19 de fevereiro (segunda-feira), "Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações" contra a Reforma da Previdência.  O protesto é convocado pelas frentes e centrais sindicais - entre elas a CSP-Conlutas, a qual o Andes-SN é filiado - e espera reunir milhares de trabalhadores e trabalhadoras, que, a partir das 16h, estarão concentrados na Candelária (RJ).

 

Os organizadores pedem que os participantes compareçam vestindo roupas pretas e informam que o ato seguirá até a Cinelândia - palco histórico da luta em prol de direitos, atualmente ameaçados pela reforma da previdência, prestes a ser votada pelo Legislativo.

Nos dias que antecederam o Carnaval, aliados de Michel Temer afirmaram que, até o final de fevereiro, pretendem obter os votos que o governo ainda precisa para encaminhar o projeto à Câmara dos Deputados. De acordo com Rodrigo Maia, Presidente da Câmara, a matéria não será posta em votação se houver riscos de ser derrotada.

"Se votar, não volta"         

A insatisfação dos brasileiros com a reforma da previdência ganhou visibilidade na Marquês de Sapucaí – e na imprensa internacional - com o desfile da escola vice-campeã, Paraíso do Tuiutí. Uma das alegorias da escola de São Cristóvão exibia a representação do presidente Michel Temer como um “vampiro neoliberalista”; outras exibiam a carteira de trabalho sujas em alusão à PEC 287, que poderá impossibilitar a aposentadoria para muitos brasileiros. Não à toa, o samba enredo composto por Cláudio Russo, Anibal, Jurandir, Zezé e Moacyr Luz indagava: “Meu Deus, Meu Deus! Está extinta a escravidão?”

Nos blocos que tomaram as ruas no Rio de Janeiro, alguns foliões vestiam camisetas com a frase: “Se votar, não volta” – em alusão à possibilidade de não reeleger nas eleições desse ano deputados e senadores que se comprometam com o projeto que altera o direito previdenciário dos brasileiros, considerada, por muitos parlamentares, como “pauta impopular”.               

Essa frase também será o mote dos protestos do dia 19 de fevereiro. Sindicalistas entendem que a reforma da previdência não foi votada até o momento por ter havido grande manifestação em todo o país, desde que esse tema veio à tona, em 2017.

Segundo Carlos Augusto, em ano eleitoral, muitos parlamentares não querem se desgastar com as suas bases – o que, consequentemente, beneficia os trabalhadores na luta contra a perda de direitos conquistados há décadas.

 “O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que vai retirar a PEC 287 da pauta de votação no Legislativo se ela não for aprovada até 28 de fevereiro. É preciso seguir em esforço de mobilização e de denúncia, encampando campanha da CSP-Conlutas”, disse o professor do Colégio de Aplicação da UFF – Coluni, conclamando os professores a fazerem da segunda-feira 19 um dia de lutas contra a reforma da previdência.

Pressão popular

De acordo com Eblin Farage, presidente do Andes-SN, a pressão social aliada ao enfraquecimento do governo não permitiram que a votação da PEC 287 acontecesse até o momento, apesar do recuo de algumas centrais sindicais na construção da última greve geral, ao final do ano passado. “Desde 2017, setores do movimento sindical e popular tem se empenhado em pressionar os parlamentares e expor argumentos contrários à reforma, mostrando dados que desmentem os argumentos do governo”, disse a docente, que atua na Escola de Serviço Social da UFF.

Para Eblin, é tarefa da CSP-Conlutas, do ANDES-SN e das suas seções sindicais continuarem firmes na luta contra a PEC 287, ampliando a mobilização pela base. “Vamos permanecer pressionando as demais centrais sindicais para se mobilizarem na construção de uma nova greve geral no Brasil. Retomar o patamar de mobilização do primeiro semestre de 2017 implica em investir nas ações de 19 de fevereiro e de 8 de Março, como dias de luta, greves e paralisações”, complementou a professora.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Aline Pereira 
Ilustração: Nico 

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