Fev
08
2018

Andes-SN e CSP-Conlutas conclamam à mobilização contra PEC da Previdência na segunda-feira 19

Governo se esforça para conseguir aliados favoráveis às novas regras da previdência social, que retiram direitos de trabalhadores e dificultam o acesso à aposentadoria

O Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que conta com a participação do Andes-SN e outras entidades, convocou calendário de ações para a luta em defesa dos serviços públicos e contra a Reforma da Previdência, que inclui a realização de um ‘Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações’ em 19 de fevereiro. A data antecede a possível votação da Reforma da Previdência, que poderá ser apresentada ao plenário na terça-feira 20 de fevereiro, como declarou Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista à emissora de televisão na manhã da quarta-feira (7).

Legislativo e Executivo não medem esforços para aprovar até o final de fevereiro a Proposta de Emenda Constitucional 287 – medida que dificulta o acesso à aposentadoria para a maioria dos brasileiros. Sob o contestável argumento de que a previdência é deficitária, o presidente Michel Temer e o deputado Rodrigo Maia, que há muito têm investido na cooptação de parlamentares favoráveis à reforma, necessitam ter cerca de 307 votos dos 513 deputados para aprovar as novas regras de seguridade social. Até o momento, o governo conta com cerca de 270 votos.

Ano eleitoral x imagem desgastada

Para o diretor da Aduff, Carlos Augusto Aguilar Junior, a classe trabalhadora não pode cair na armadilha do Rodrigo Maia. “Ele defende os interesses do mercado e já colocou, em outras entrevistas, que a pauta do Congresso visava atender a essas demandas”, lembrou o docente.

Segundo Carlos Augusto, a mobilização do dia 19 não pode ser desmontada, sobretudo porque a em ano eleitoral, muitos parlamentares não querem se desgastar com as suas bases – o que, consequentemente, beneficia os trabalhadores na luta contra a perda de direitos conquistados há décadas.

 “O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que vai retirar a PEC 287 da pauta de votação no Legislativo se ela não for aprovada até 28 de fevereiro. É preciso seguir em esforço de mobilização e de denúncia, encampando campanha da CSP-Conlutas”, disse o professor do Colégio de Aplicação da UFF – Coluni, conclamando os professores a fazerem da segunda-feira 19 um dia de lutas contra a reforma da previdência.

Pressão popular

De acordo com Eblin Farage, presidente do Andes-SN, a pressão social aliada ao enfraquecimento do governo não permitiram que a votação da PEC 287 acontecesse até o momento, apesar do recuo de algumas centrais sindicais na construção da última greve geral, ao final do ano passado. “Desde 2017, setores do movimento sindical e popular tem se empenhado em pressionar os parlamentares e expor argumentos contrários à reforma, mostrando dados que desmentem os argumentos do governo”, disse a docente, que atua na Escola de Serviço Social da UFF.

Para Eblin, é tarefa da CSP-Conlutas, do ANDES-SN e das suas seções sindicais continuarem firmes na luta contra a PEC 287, ampliando a mobilização pela base. “Vamos permanecer pressionando as demais centrais sindicais para se mobilizarem na construção de uma nova greve geral no Brasil. Retomar o patamar de mobilização do primeiro semestre de 2017 implica em investir nas ações de 19 de fevereiro e de 8 de Março, como dias de luta, greves e paralisações”, complementou a professora.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Aline Pereira 

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