A primeira sessão do Conselho Universitário da Universidade Federal Fluminense (CUV) – que aconteceria na manhã dessa quarta-feira (31), no Auditório da Geociências (Praia Vermelha) –  não ocorreu, novamente, por falta de quórum; prática recorrente na instituição, como consideram alguns conselheiros. O CUV é formado por 190 Conselheiros com assento, sendo 98 Conselheiros titulares e 92 suplentes. Para iniciar a sessão, é necessário que um terço dos titulares esteja presente - 33 Conselheiros, como informa a Secretaria Geral dos Conselhos Superiores - SGCS.

De acordo com o professor Paulo C. de Almeida, do Curso de Educação Física, a não realização da reunião dessa quarta-feira já estava prenunciada. “Há cerca de quinze dias, recebemos e-mail cancelando a sessão do CUV de janeiro, porque muitos professores estão de férias”, explicou o conselheiro à reportagem da Aduff.  

Segundo o docente, esse e-mail foi contestado, pois, salientou-se a existência de calendário anual de sessões que deveria ser respeitado. Assim, nova mensagem eletrônica foi remetida aos conselheiros, convocando-os, então, para a reunião de 31 de janeiro.

“Não divulgaram a pauta; sabíamos que seriam apreciadas questões de emerência, mas, para isso, é preciso também pauta qualificada”, disse, lembrando que questões como o Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI e a disputa judicial que envolve a posse pelo Morro do Gragoatá são temas que deveriam ser abordados pelo CUV.

Esvaziamento político

Francisco Palharini, professor do curso de Psicologia, também criticou a não realização do CUV por falta de quórum, lembrando que se o conselheiro titular não puder estar presente, o suplente deve participar da reunião.  “O que aconteceu hoje é a reprodução de uma prática que ocorre nos últimos anos e envolve um posicionamento da administração central da UFF”, afirmou o docente, que também tem assento no CUV. “Esvazia-se a sessão para se evitar o debate político; empurra-se com a barriga”, criticou o professor, para quem, esse tipo de ação demonstra falta de respeito com a comunidade acadêmica e com o próprio Conselho Universitário – máxima instância deliberativa da Universidade Federal Fluminense.

“É preciso explicar que a falta de quórum é, na verdade, uma negociação para as pessoas não virem; um esvaziamento da sessão do CUV”, disse o docente Edson Benigno, que passava pelo campus da Praia Vermelha.

Posição da Aduff-SSind

A Aduff-SSind se contrapõe ao sucessivo esvaziamento do conselho universitário e manifesta preocupação com a não realização da primeira reunião do CUV de 2018. "Os graves problemas e ameaças que preocupam os trabalhadores e os alunos da UFF só serão enfrentados com debates e ações conjuntas, com o fortalecimento das instâncias democráticas de nossa Universidade. Esperamos que o conselho assuma o seu espaço central de deliberação e resistência da UFF no resto do ano”, disse o presidente da seção sindical, Gustavo Gomes – professor da Escola de Serviço Social.

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Aline Pereira