Jan
22
2018

Em mesa de abertura do 37° Congresso, presidente do Andes-SN defende unidade na ação para barrar contrarreformas e autonomia do Sindicato Nacional

"Este Congresso acontece num período imperioso da conjuntura e que exige muita atenção. É um orgulho ter vocês na mesa porque temos convicção do tamanho do desafio que a classe trabalhadora tem hoje. E que a defesa da universidade pública não pode ser feita isoladamente por ninguém, nem por esse sindicato. É necessário ter uma ampla articulação com as demais entidades do movimento combativo, os movimentos sociais, o movimento estudantil, as centrais sindicais e lutadoras e lutadores de todo o país para que a defesa do projeto de universidade pública, gratuita e de qualidade que esse sindicato defende desde a sua fundação seja então uma realidade nesse país".

Esse foi o início da fala de Eblin Farage, presidente do ANDES-SN e professora da UFF, na mesa de abertura do 37° Congresso, que começou nesta segunda (22) e acontece até o dia 27 de janeiro, em Salvador (BA), com o tema “Em defesa da educação pública e dos direitos da classe trabalhadora - 100 anos da reforma universitária de Córdoba”. Farage dividiu a mesa com representantes do MTST, CSP-CONLUTAS, Aduneb (seção sindical que sedia o Congresso), UNE, FENET, SINASEFE, ANDIFES, entre outras entidades. No ano do centenário da Reforma Universitária de Córdoba, dos 130 anos da abolição da escravatura no Brasil, de 170 anos do Manifesto Comunista e dos 200 anos de nascimento de Karl Marx, a docente também destacou os 30 anos da Constituição Federal de 1988 e o conjunto de contrarreformas impostas à carta magna pelos diferentes governos desde o início da década de 90.

A presidente do ANDES-SN fez um apanhado do ano de 2017 e destacou a participação do Sindicato Nacional nas manifestações contra a retirada de direitos e contrarreformas, na construção da greve geral e na luta contra o desmonte da educação pública e em defesa das universidades estaduais e federais. Eblin lembrou ainda os 40 anos da primeira reunião que daria origem ao ANDES-SN. "Estamos comemorando 40 anos daquilo que foi o germe do nosso Sindicato Nacional, o germe da organização de um sindicato classista e combativo, que se manteve na luta e que começou a lutar a partir da organização das associações docentes desde a década de 60 e que realiza a sua primeira greve antes mesmo de ser associação nacional, em 1980. Isso para nós é motivo de orgulho porque o que impulsionou a criação da nossa organização nacional foi a luta e a necessidade de defesa de uma modelo de universidade pública, gratuita, de qualidade, laica, socialmente referenciada", frizou.

Para a docente, comemorar esses 40 anos é importante para marcar a história de luta do ANDES-SN e para continuar defendendo uma concepção sindical classista, combativa e autônoma a partidos, governos e administrações centrais, pautada na ampla organização da base e na unidade na ação para enfrentar a conjuntura difícil de contrarreformas e de retirada de direitos. "Esse é nosso grande desafio para o 37°congresso. O que a conjuntura exige de nós é que a gente saia deste Congresso com um bom plano de lutas que possibilite à nossa categoria combater todos os retrocessos em curso e reverter junto com os demais segmentos da classe trabalhadora os que já passaram - como a Emenda Constitucional 95, a Reforma Trabalhista, a terceirização ampla e irrestrita, a reforma do Ensino Médio e um conjunto de outras medidas que vem retirando direitos dos trabalhadores. Nós iremos combater essa Reforma da Previdência e precismos de uma categoria forte pra isso, com um plano de lutas a altura dos desafios que nós temos e com um Sindicato combativo, classista e autônomo", finalizou.

Por Lara Abib

Fotos: Liana Nunes/AdufPel

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