Nov
28
2017

Servidores dizem a Maia que haverá greve nacional contra a PEC da Previdência

 Presidente da Câmara recebeu representantes do funcionalismo, após o ato contra a reforma, e disse que decidirá até 5ª (30) se colocará proposta em votação na 1ª semana de dezembro

 

 

Representantes dos servidores na reunião com Rodrigo Mais, após o ato em Brasília Representantes dos servidores na reunião com Rodrigo Mais, após o ato em Brasília

Representantes dos servidores públicos federais disseram ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que haverá protestos nas ruas e que uma greve nacional está sendo convocada para 5 de dezembro contra a reforma da Previdência.

Os servidores foram recebidos pelo parlamentar no início da noite da terça-feira (28), poucas horas após o encerramento do ato que levou quase cinco mil manifestantes a Brasília, em oposição à PEC 287/2016, a proposta de emenda constitucional que dificulta o acesso à aposentadoria e reduz o valor dos benefícios. Professoras da Universidade Federal Fluminense, que integravam a delegação da Aduff-SSind, participaram do protesto na capital federal.

Questionado pelos representantes do funcionalismo se ele insistiria na ideia de colocar a proposta em votação no Plenário da Câmara, Rodrigo Maia disse que avaliará o quadro até a próxima quinta-feira (30), quando pretende decidir se pautará ou não a matéria na próxima semana. “Ele nos disse que só colocará em pauta para votação se o governo conseguir os 308 votos necessários para aprovar a proposta”, disse Saulo Arcangeli, servidor do Judiciário Federal no Maranhão e dirigente sindical do setor, que participou da reunião representando a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular).

Participaram da conversa representantes de algumas das entidades que integram o Fonasefe (Fórum das Entidades Sindicais Nacionais dos Servidores Públicos Federais) e o Fonacate (Fórum Nacional dos Servidores das Carreiras Exclusivas de Estado), além de alguns parlamentares – a CSP-Conlutas, Andes-SN, CTB, Sinasefe, Fasubra, Fenasps e o Fonacate entraram para reunião, em nome do conjunto das entidades.

O servidor Rogério Mazola, que esteve da atividade e integra a Fasubra (a federação nacional dos sindicatos dos técnicos-administrativos das instituições de ensino superior), relatou que as entidades sindicais disseram ao presidente da Câmara que a reforma é um ataque a todos os trabalhadores, dos setores público e privado.  Afirmaram ainda que os problemas da Previdência decorrem da política do governo de fazer superávit para pagar juros a banqueiros. “Dissermos que particularmente o setor privado é ainda mais penalizado, já que com a reforma trabalhista, com o trabalho intermitente, vão ter ainda menos possibilidades de chegar aos 40 anos de contribuição”, disse em entrevista coletiva, concedida pelos participantes da reunião logo após ela ter sido encerrada. 

O representante sindical disse que o presidente da Câmara reconheceu que o governo não tem os votos que precisa e que não há nada assegurado sobre a colocação da PEC em votação ainda este ano. Mas ressaltou que, para que isso se confirme, é fundamental a construção da greve de 5 de dezembro. “Precisamos parar o país nesse dia”, disse Mazola. O deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ), que também participou da reunião, disse que o governo reconheceu que não tem os votos, mas que é necessário uma forte mobilização para assegurar que isso se mantenha e a reforma não seja votada.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

Representantes dos servidores na reunião com Rodrigo Mais, após o ato em Brasília Representantes dos servidores na reunião com Rodrigo Mais, após o ato em Brasília

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