Out
20
2017

No Rio, ato de rua encerra lançamento de ‘Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior’

Apesar da repressão da PM, manifestantes resistiram e ocuparam as ruas do entorno da Uerj para dizer que educação pública e gratuita não é gasto, é investimento e direito da população

 

Trabalhadores da educação e estudantes foram às ruas no final da tarde de ontem (19), em ato contra a política de destruição da educação pública promovida pelos governos de Pezão e de Temer. A manifestação encerrou a atividade de lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior, que reuniu sindicatos, federações, movimentos sociais, entidades estudantis, parlamentares e reitores na Concha Acústica da UERJ.

Na rua, protestaram contra os cortes no orçamento e o fechamento das universidades estaduais do Rio de Janeiro – UERJ, UENF e UEZO -, denunciaram os recorrentes atrasos no pagamento dos salários dos servidores públicos e exigiram a saída imediata de Pezão e de Temer dos governos estadual e federal. Os profissionais da educação do estado do Rio ainda não receberam os meses de agosto e setembro. O décimo terceiro de 2016 também continua em débito. Novamente sem salário, docentes e técnicos-administrativos da Uerj, Uenf e Uezo estão em greve.

O presidente da Associação Docente da UERJ e seção sindical do ANDES-SN (Asduerj), Guilherme Vargues, ressaltou, no ato, que a universidade é um patrimônio da população fluminense. “Estamos juntos nessa Frente porque hoje se ataca em todo o país o direito do povo de frequentar escolas, universidades e hospitais. Há muito tempo a Uerj já aprendeu que para se forjar na sua vocação de universidade popular, ela precisava resistir. Se esse governo do Pezão ataca a universidade, não nos paga, sucateia pesquisa, destrói os direitos dos trabalhadores e estudantes, mais uma vez a Uerj dá exemplo de mobilização. Além de trabalhadores e estudantes, somos aqui defensores de uma universidade pública, gratuita e a serviço do povo do Rio de Janeiro”, destacou.

Representando o Diretório Central dos Estudantes da UEZO, Mulata Gomes defendeu no ato a existência da Universidade Estadual da Zona Oeste, lembrando que a instituição foi criada para atender a demanda de uma região esquecida pelo poder público. “A Uezo faz parte de um projeto maior de valorização da nossa Zona Oeste. Acabar com a Uezo é um projeto fatal para que a gente continue a ser esquecido sem direitos dentro dessa cidade. A Uenf no Norte Fluminense passa por uma situação parecida, longe dos grandes centros e abandonada por esse governo fajuto e golpista. Mas eles não vão ficar. A Uezo vai ficar, a Uenf vai ficar, a Uerj vai ficar, o ensino superior da Faetec vai ficar”, ressaltou.

Repressão da PM não é surpresa, mas gera revolta
A Polícia Militar segue reprimindo violentamente os ato de rua no Rio de Janeiro. Na manifestação de ontem, não foi diferente. Policiais militares jogaram duas bombas de efeito moral de dentro de um veícuo da corporação, com o objetivo de dispersar o ato e abrir a pista da Avenida Radial Oeste para os carros. Como foram atiradas à queima-roupa, pessoas ficaram feridos em razão dos estilhaços e passaram mal por conta do gás, entre elas a professora da UFRJ, Sara Granemann. Ao tentar fugir dos efeitos das bombas, vários manifestantes também correram risco de atropelamento. Apesar da truculência, o ato resistiu à repressão e seguiu, como previsto, até o IFRJ Maracanã. Uma policial militar também circulou por toda a manifestação com um fuzil na mão.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Lara Abib | Foto: Luiz Fernando Nabuco

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