Out
20
2017

Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior é lançada no Rio

Ato foi na Concha Acústica da Uerj; passeata após o lançamento foi reprimida com violência pela PM

 

Somar forças numa grande mobilização unificada para deter o processo de desmonte, precarização e privatização das universidades e dos institutos públicos do ensino superior. Foi que defenderam e afirmaram representantes de sindicatos, federações, frentes sindicais e sociais, entidades estudantis, parlamentares, partidos e reitores ou representantes destes no ato que marcou o lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior.

A Aduff-SSind e professores da Universidade Federal Fluminense participaram. O reitor da UFF, Sidney Mello, esteve presente ao ato, mas alegou compromisso e teve que se retirar antes de seu início - cerca de uma hora após o previsto. Outros reitores e representantes das administrações centrais das universidades compareceram ao chamado, entre eles o professor Roberto Leher, da UFRJ.

A professora Eblin Farage, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes (Andes-SN), abriu a atividade de lançamento da frente, que, numa escolha repleta de simbolismos, se deu na Concha Acústica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde a comunidade universitária, com salários atrasados, está em greve.

A docente da UFF destacou a necessidade de construir a unidade com base a um calendário de lutas que conteste as reformas e os projetos do governo de Michel Temer para os trabalhadores e as universidades, a pesquisa, a Ciência e Tecnologia e o conjunto dos serviços públicos. "Precisamos organizar um calendário de lutas no qual no dia 25 as mulheres [ocupem] as ruas, que no dia 27 sejam os servidores públicos, para que a gente culmine no dia 10 de novembro num grande dia de lutas, com greves e paralisações", disse.

O ato marcou, ainda, o lançamento do manifesto da frente – distribuído no local e na passeata realizada em seguida, na qual centenas de manifestantes foram violentamente reprimidos com bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio pela Polícia Militar.

O manifestou começa alertando para a ameaça que paira sobre o setor – "a educação pública, em seus diferentes níveis, vem recebendo intensos ataques no sentido da desestruturação do seu caráter público, gratuito, laico e socialmente referenciado". E termina ressaltando a necessidade de deter esse processo: "Nossa tarefa é fazer reverberar a luta em defesa das instituições públicas de ensino superior em todas as regiões, criando frentes estaduais conjuntas com todos os níveis da educação pública, pois a luta é a mesma!".

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Hélcio Lourenço Filho
Foto:Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind