DA REDAÇÃO DA ADUFF
Resolução aprovada por consenso no 3° Congresso da CSP-Conlutas, a Central Sindical e Popular, definiu o dia 10 de novembro como possível marco da retomada das mobilizações e da resistência coletiva da classe trabalhadora ao retrocesso em curso no país – que elimina direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.
A proposta é fazer da data um dia nacional de greves, paralisações e manifestações, mas direcionando todos os esforços para que ela se converta, de fato, em uma nova greve geral, que mobilize o país para deter as reformas e a retirada de direitos promovida pelo governo de Michel Temer (PMDB).
A deliberação foi tomada ao final da tarde deste sábado (14), terceiro e penúltimo dia do congresso, do qual a Aduff-SSind e o Andes-SN participam e que reúne cerca de dois mil representantes dos movimentos sindical, popular, estudantil e de combate às opressões em Sumaré (SP).
Apresentada pela coordenação nacional da central como um esforço pela unidade nas ações práticas desta luta, logo após a apreciação de proposições sobre conjuntura que expunham distintas avaliações do momento atual, a resolução obteve quase a unanimidade dos votos dos delegados que se encontravam no Plenário – houve apenas algumas poucas abstenções.
Presidente do Sindicato Nacional dos Docentes (Andes-SN), a professora Eblin Farage considerou a decisão importante.
“Esta talvez seja a única votação unitária no congresso, o que demonstra que com todas as diferenças, que são saudáveis que existam em nossa central, temos o compromisso de construir a luta e de [tentar] parar o país para defender os direitos da classe trabalhadora”, disse.
Construção
O ‘Dia Nacional de Luta e Defesa de Nossos Direitos!” começou a ser construído a partir da plenária realizada pelo Movimento Brasil Metalúrgico, em setembro, que traçou um calendário de mobilizações para o setor. O movimento é constituído por representações dos operários da metalurgia de diversos sindicatos e estados do país.
A escolha da data deve-se ao seu valor simbólico: é a véspera da entrada em vigor das mudanças trabalhistas introduzidas nas relações de trabalho no Brasil após a reforma aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Temer. A CSP-Conlutas e o movimento dos metalúrgicos, assim como sindicatos do funcionalismo, defendem a revogação desse projeto.
Organização
O texto aprovado prevê ainda que a recente experiência considerada bem-sucedida dos operários metalúrgicos se estenda para plenárias unitárias nos estados, regiões, municípios e bairros. Nesse processo, a proposta é que se trabalhe para que as centrais sindicais, federações, confederações, sindicatos e o “maior número possível de organizações” se incorporem à preparação do 10 de novembro.
Outras datas de mobilizações devem preceder o dia de protestos e greves, que já vinham sendo construídas pelos sindicatos e federações do funcionalismo, reunidos no Fórum Nacional das Entidades Sindicais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Entre elas, as manifestações nacionais em defesa da educação pública marcadas para acontecer no Rio de Janeiro no dia 19 de outubro e as mobilizações e possíveis paralisações nos serviços públicos convocadas para 27 de outubro, dia do servidor público.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho, enviado a Sumaré (SP)