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Out
09
2017

Audiência Pública discute situação do Morro do Gragoatá

Representações dos três segmentos convocam para atividade, que vai discutir a posicionamento do reitor frente à área considerada pelo Ibama como de proteção ambiental 

As representações dos três segmentos universitários, a comunidade da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF, e os mandatos dos vereadores Paulo Eduardo Gomes e Talíria Petrone (ambos do PSOL) convidam para a Audiência Pública sobre o Morro do Gragoatá - área de proteção ambiental permanente, segundo o Ibama, sob ameaça de exploração comercial. O evento será no próximo dia 16 de outubro (segunda-feira), a partir das 18h, no Auditório do Bloco O (térreo).  

A convocação ocorre poucas semanas após jornais empresariais terem noticiado que Sidney Mello, reitor da UFF, assinou acordo judicial abrindo mão, para a iniciativa privada, de disputar a propriedade da instituição sobre a área, que segue em litígio nas últimas décadas. O terreno de aproximadamente 55 metros de altura e 60 mil metros quadrados, de extensão maior que o próprio campus da Praia Vermelha, foi desapropriado pelo governo federal em favor da universidade, há aproximadamente 40 anos. A especulação imobiliária está de olho no local, tendo como objetivo a construção de um condomínio habitacional de oito prédios de seis andares e área de lazer privativa.

A ação da reitoria foi muito criticada por estudantes, técnicos e docentes na sessão do Conselho Universitário - CUV, instância máxima da instituição, no último dia 27 de setembro. Na ocasião, o reitor se negou a colocar o assunto em votação, a despeito de parte dos conselheiros ter sinalizado total desacordo com a atitude da reitoria. Por pelo menos duas vezes, Sidney Mello disse que mesmo que o CUV se posicionasse contra o acordo ele não reveria sua decisão. 

Conselheiros contrários ao acordo, em que na prática a UFF abre mão de defender o espaço judicialmente, propuseram a realização de uma audiência pública para tratar do assunto em toda as suas implicações – tanto no aspecto da posse e propriedade, quanto ambiental – e a aprovação de uma recomendação à administração central da Universidade para que suspendesse o ato. O reitor, então, disse que somente acataria a realização de tal audiência se o enfoque fosse exclusivamente sobre a questão ambiental. 

DA REDAÇÃO DA ADUFF