Set
16
2017

"Fora Temer", entoam servidores ao encerrar dia nacional de protestos no Rio

Professores, técnicos e estudantes da UFF participaram da manifestação na av. Rio Branco

Manifestante durante a passeata no Centro do Rio, na quinta-feira (14) Manifestante durante a passeata no Centro do Rio, na quinta-feira (14) / Luiz Fernando Nabuco - Aduff-SSin

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Passavam poucos minutos das 18 horas quando servidores, estudantes e trabalhadores de outros setores deixaram a Candelária e avançaram sobre a av. Rio Branco, rumo à Cinelândia, no Centro do Rio. Começava a passeata que encerrou, na capital fluminense, o dia nacional de protestos e paralisações do funcionalismo federal contra a retirada de direitos e as políticas orçamentárias e administrativas do governo que podem levar ao desmonte dos serviços públicos. 

"Fora Temer", entoaram os manifestantes, naquele início de noite de 14 de setembro de 2017, grito que se ouviu em várias partes do país nos atos articulados realizados na data. Poucas horas antes, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia apresentado ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, a segunda denúncia contra o impopular presidente da República, acusando-o de participação em organização criminosa e de obstrução da Justiça.

Vestindo camiseta preta de seu sindicato com a inscrição "Fora Temer", a assistente social Fernanda Barreira, do Colégio Pedro II, disse que não se pode acreditar nem na Justiça nem nos resultados do pedido de abertura de processo, que pode levar ao impeachment, que deverá ser mais uma vez submetido à Câmara dos Deputados. "Eu acredito na mobilização popular, nas ruas, não dá para acreditar na Justiça e nestas instituições", disse a servidora da secular escola federal, que parou por 24 horas, atendendo a convocação do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe).

Professores e técnicos administrativos da UFF, da UFRJ e da UFRRJ, entre outros setores do funcionalismo do Rio, também pararam em protesto e repúdio às reformas da Previdência e trabalhista e aos projetos que prejudicam os servidores e os serviços públicos prestados à população.

Cerca de 500 pessoas participaram do ato, que integra um movimento nacional do funcionalismo, aliado a outros setores, ainda em fase de construção. "O dia 14 é um começo, uma tentativa de retomada de mobilização das categorias. Com uma unidade que é indispensável dos movimentos populares, dos sindicatos, que recolocam nas ruas a bandeira 'nenhum direito a menos', contra as reformas e o ataque aos direitos sociais", disse o professor Gustavo Gomes, da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense e presidente da respectiva seção sindical do Andes-SN, a Aduff-SSind. 

O docente observou que é preciso superar o refluxo das mobilizações, cujo marco foi a greve geral que deveria ter acontecido em 30 de junho, mas acabou boicotada pelas maiores centrais sindicais. Gustavo enfatizou a urgência de voltar a expressar nas ruas a enorme insatisfação popular com as medidas adotadas pelo governo federal, que tenta outra vez colar no servidor e nos serviços públicos o rótulo de vilão da crise e dos problemas do país. "Estamos retomando a mobilização, sem essa unidade, sem voltar às ruas, não vamos conseguir barrar as reformas e o projetos que o governo tenta aprovar", afirmou.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

Manifestante durante a passeata no Centro do Rio, na quinta-feira (14) Manifestante durante a passeata no Centro do Rio, na quinta-feira (14) / Luiz Fernando Nabuco - Aduff-SSin