Set
13
2017

STJ concede prisão domiciliar a Rafael Braga; movimento pela liberdade comemora vitória

Jovem negro e favelado preso em junho de 2013 se tornou símbolo da mobilização popular; advogado confirma decisão; ‘é importante vitória, mas a luta continua’, diz movimento Pela Liberdade Para Rafael

Reprodução de foto de manifestação pela liberdade para Rafael Braga divulgada na página do movimento Reprodução de foto de manifestação pela liberdade para Rafael Braga divulgada na página do movimento / reprodução

 

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

“É uma importante vitória, mas a luta continua”. Assim o movimento Pela Liberdade Para Rafael Braga reagiu à decisão do Superior Tribunal de Justiça, que deferiu liminar, nesta quarta-feira (13), concedendo prisão domiciliar ao jovem negro e pobre preso nos protestos de junho de 2013 e duas vezes condenado pela Justiça ao encarceramento.

A liminar foi concedida pelo ministro Rogério Schietti, atendendo ao pedido de advogados do rapaz, que é assistido pelo DDH (Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos). Rafael está com tuberculose, contraída na prisão.

Na página no Facebook do movimento "Pela Liberdade de Rafael Braga", os organizadores postaram que foi uma "grande vitória da mobilização popular autônoma e independente" e que seguiriam em luta.

A notícia foi divulgada pelo blogue do jornalista Lauro Jardim, do jornal "O Globo". O portal do STJ ainda não havia divulgado nada até as 19h24min desta quarta (13). Mas o advogado Lucas Sada, da equipe que acompanha Rafael, confirmou à reportagem do “Jornal da Aduff” a veracidade da informação.

Ele foi preso no dia 20 de junho de 2013, data do maior ato no Rio das jornadas daquele ano, portando duas garrafas: uma de água sanitária e outra com o detergente Pinho Sol. Apesar de laudo oficial atestar que as substâncias não eram explosivas, Rafael foi condenado a cerca de cinco anos de prisão. Posto em liberdade provisória, acabou novamente detido e condenado, acusado de portar 0,6g de maconha e 9,3g de cocaína. Foi condenado a 11 anos e três meses de prisão por tráfico de drogas e associação ao tráfico – apesar de não ter sido comprovada qualquer ligação do rapaz com organização criminosa. Rafael nega que portasse a droga, fato confirmado por uma testemunha. 

O ministro do STJ disse, ao conceder a liminar, que a prisão não é o ambiente adequado para ele se tratar. "A carência de condições adequadas e suficientes ao tratamento dos detentos torna-se ainda mais evidente quando contraposta à conjuntura necessária ao tratamento de Rafael Braga Vieira. A superlotação da Penitenciária de Alfredo Tranjan, bem como as péssimas condições higiene verificadas na unidade e o irrisório contingente de profissionais técnicos e medicamentos constituem terreno fértil à proliferação e ao alastramento da tuberculose pulmonar, doença que se transmite por via aérea, mormente para alguém com a doença em estado ativo", afirmou, segundo divulgado pelo blogue, em texto assinado pela jornalista Juliana Braga.

A Aduff apoia a campanha pela liberdade para Rafael Braga e considera a decisão uma importante vitória, destacando a necessidade de manter a luta pela liberdade efetiva e reversão da escandalosa injustiça cometida contra o rapaz.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

Reprodução de foto de manifestação pela liberdade para Rafael Braga divulgada na página do movimento Reprodução de foto de manifestação pela liberdade para Rafael Braga divulgada na página do movimento / reprodução

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