Set
13
2017

Ocupação discente em Angra dos Reis pede melhores condições de estudo e permanência na UFF

Estudantes ocupam terreno no Retiro e apresentam reivindicações – melhorias na estrutura, ônibus universitário, política de assistência e permanência: pagamento das bolsas, bandejão e moradia

Estudantes do Instituto de Educação de Angra dos Reis – Iear da Universidade Federal Fluminense ocupam, desde o início desse mês, o Polo do Retiro – terreno cedido pela prefeitura há alguns anos para a construção de novo campus para a instituição – projeto que até hoje não saiu do papel. A manifestação estudantil ocorre em protesto contra a precarização das condições de trabalho naquela unidade, cuja infraestrutura não é suficiente para atender as demandas dos cursos de graduação em Políticas Públicas, Geografia e Pedagogia. Além disso, o corpo discente lamenta o corte de verbas direcionadas para assistência estudantil e pedem a regularização no pagamento das bolsas. Sinalizam que essas bolsas são muito relevantes no Iear – campus que não conta com restaurante universitário e moradia – o que impacta na permanência dos alunos, levando à evasão na UFF.

O professor Rafael Vieira, que atua na unidade, prestou o informe sobre a ocupação estudantil em Angra dos Reis durante a tarde dessa terça-feira (12), em assembleia docente que ratificou a paralisação de 24h no dia 14 de setembro contra os ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários e aos cortes em Saúde e em Educação.

À assembleia, Rafael relatou a precariedade do campus da UFF em Angra dos Reis. Explicou que o Iear funciona em um terreno privado, sob a posse temporária da prefeitura e que a promessa de novo campus, no Retiro, está longe de ser atendida porque não houve liberação de recursos para essa finalidade. “Há limites em relação ao espaço; hoje, não há sala de aulas para todos e trabalhamos em salas emprestadas”, contou.

Alertou ainda que, em face da controversa Emenda Constitucional 95, que congela recursos públicos por 20 anos, as condições de funcionamento tendem a se tornar ainda mais difíceis para a comunidade, manifestando apoio ao movimento de ocupação.

Ele lembrou que o campus da UFF não está localizado no Centro da cidade e que é de difícil acesso para os estudantes, que necessitam de transporte universitário “BusUFF”– também considerado insuficiente para comportar a quantidade de alunos que dele dependem. “Há um único ônibus para levá-los. As aulas têm começado às 19h e são encerradas as 21h30 justamente por conta desse problema de locomoção”, revelou Rafael.

Reivindicações

Em página na rede social, o “Movimento Ocupa Retiro - Iear Resiste” publicou nota assinada pelo DAFF - Diretório Acadêmico Florestan Fernandes; CARRC - Centro Acadêmico Ruy Ribeiro de Campos; CALM - Centro Acadêmico Luísa Mahin; CAAC - Centro Acadêmico Antônio Conselheiro relatando os motivos da ocupação, apresentando ainda as reivindicações discentes para negociação. “Enquanto nossas pautas não forem discutidas e atendidas, seguiremos ocupando e resistindo!”, diz o documento.

Entre essas reivindicações está a utilização do terreno no Retiro, que, como informa o documento dos alunos, abrigava “antiga instalação do SESC, e conta com diversas infra estruturas, possibilitando a utilização dos seus espaços para atividades dos estudantes, inclusive como moradia estudantil, salas de aulas e base para pesquisas da universidade”.

Eles pedem melhorias nas construções que já existem nesse terreno, que poderiam ser transformadas em sala de aulas, para garantir o cumprimento de outras ações que supram a carência no campus da UFF em Angra dos Reis. As reivindicações também incluem: “alojamento estudantil, com a reforma dos bangalôs já existentes para a regulamentação da moradia; a construção de um restaurante universitário, tendo em vista a importância dele na permanência dos estudantes, já que as bolsas alimentação são insuficientes para suprir as necessidades existentes; BusUFF (...); melhorias na biblioteca e no laboratório de informática, além de estruturar um laboratório para a graduação de Geografia, que hoje não conta com este espaço tão importante para a formação dos licenciandos (...);término das obras no atual prédio do polo, onde teve sua reforma parada devido ao corte de verba”.

A reportagem da Aduff-SSind entrou em contato com a reitoria da UFF por e-mail e aguarda uma declaração dos gestores da instituição sobre a ocupação estudantil em Angra dos Reis. 

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Aline Pereira
Foto: Campus em Angra dos Reis, disponível na página institucional da UFF 

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